Chinaglia (PT) ficou em segundo lugar, com 136 votos — 131 a menos que o vencedor
Eduardo Cunha, neste domingo (1º)Joel Rodrigues/Estadão Conteúdo
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito, neste domingo (1º), presidente da Câmara para o próximo biênio. Com a vitória, o PMDB permanece na liderança da direção da Casa por mais dois anos, consolidando o fim da alternância de partidos firmada anteriormente com o PT.
Cunha venceu a disputa com 267 votos, derrotando os outros três
candidatos ao cargo. Arlindo Chinaglia (PT-SP) recebeu 136 votos e ficou em segundo lugar na disputa.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que tinha o apoio da oposição, recebeu 100 votos e ficou em terceiro lugar. Em último lugar, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que não teve apoio oficial de nenhum partido político, recebeu 8 votos. Dois deputados votaram em branco.
Com a vitória, Cunha leva a melhor na queda de braço com o PT. Mesmo sendo aliados na base de apoio ao governo, os dois partidos disputaram voto a voto a presidência da Casa. Para o professor de ciências políticas da UnB (Universidade de Brasília) Antonio Flávio Testa, a polarização pode parecer um racha, mas ao final vai fortalecer ainda mais a base.
— Isso não quer dizer que vai haver um racha, mas os partidos vão cobrar muito mais pelo apoio. O PT perde mais, e o PMDB ganha com isso. Ao longo do ano, o PT pode perder espaço, mas a base PT-PMDB não perde. Por mais que abracem políticos diferentes, são partidos muito aliados ainda.
Composição da Mesa
Como não indicou candidatos próprios a nenhum cargo e perdeu a eleição, o PT está fora da Mesa Diretora da Câmara pelos próximos dois anos.
O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) foi indicado pelo bloco do PMDB para ser o primeiro vice-presidente e venceu a eleição. Como era candidato único, bastou conseguir votos suficientes para formar o quórum mínimo exigido (257 votos).
Já a segunda vice-presidência foi resolvida nas urnas pelo nome de Lúcio Vale (PR-PA). Ele foi o indicado pelo bloco do PT, mas Giacobo (PR-PR) decidiu lançar uma candidatura avulsa, mesmo sendo do mesmo partido do parlamentar que foi indicado oficialmente. Ele foi, no entanto, derrotado.
A primeira secretaria da Câmara, responsável pelos serviços administrativos da Casa, também foi indicação do bloco do PMDB, que escolheu o deputado Beto Mansur (PRB-SP). A segunda secretaria, que cuida de assuntos internacionais e passaportes diplomáticos dos parlamentares, ficou com o deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), indicado pelo bloco do PT.
O bloco da oposição, encabeçado pelo PSDB, ficou com a terceira secretaria – que exerce a função de corregedoria da Câmara, além de regular as passagens de transporte aéreo e as faltas dos deputados. A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi a escolhida.
A quarta secretaria, que cuida dos apartamentos funcionais e da concessão de auxílio moradia, vai ficar com o deputado Alex Canziani (PTB-PR). O parlamentar foi indicado pelo bloco do PMDB.
No caso das quatro secretarias, os candidatos concorreram sem nenhum concorrente para os respectivos cargos foram aprovados pelos deputados presentes.