Lula vai continuar viagens mundo a fora alegando que: “O Brasil nunca foi tão respeitado”

O responsável pelo respeito ao país, segundo o presidente, é ele próprio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (25), que “nunca antes na história, o Brasil esteve tão respeitado no mundo quanto agora”. Na ocasião, o petista comentava a quantidade de viagens que fez ao exterior em 2023.

A declaração ocorreu em evento de comemoração ao 90 anos da Universidade de São Paulo (USP), data que coincide com o aniversário da fundação da capital paulista. O responsável pelo respeito ao país, segundo Lula, é ele próprio.

– Não sabia que a minha volta à Presidência da República e a derrubada do negacionismo neste país ia gerar tanta expectativa em todos os países do mundo. Vocês sabem, eu sou tido como um presidente que viaja muito para o exterior. Quero dizer para vocês que, nunca antes na história do Brasil, o Brasil esteve tão respeitado no mundo como está agora. Nunca tinha ouvido tantas expectativas sobre o Brasil – afirmou o presidente.

Para ele, o prestígio do país é de polos distintos na ordem mundial, como Estados Unidos, Rússia e China.

Na última reunião ministerial do ano passado, Lula já havia admitido que “viajou demais em 2023”. Na ocasião, o presidente debatia com os ministros os principais temas que afetaram sua popularidade durante o primeiro ano de mandato.

A justificativa, alegou o petista, era “recuperar a imagem” do país. Na campanha à Presidência, Lula havia prometido mudar a condução da política externa e resgatar o multilateralismo nas relações internacionais.

– Eu viajei demais em 2023. Vocês sabiam que eu ia viajar, porque era preciso recuperar a imagem do Brasil e construir uma imagem positiva do Brasil no mundo. O Brasil voltou a ter importância – disse Lula em dezembro de 2023.

Lula é o presidente que mais viajou para o exterior no primeiro ano de governo. O recorde, contudo, não foi batido em 2023. Ele fez 27 viagens para outros países no ano passado. O número supera as excursões de Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso nos respectivos anos de estreia e só é inferior aos dos mandatos anteriores do próprio petista, entre 2003 e 2007.

A maratona de viagens havia sido prometida durante a campanha do petista à Presidência, em 2022. As excursões, contudo, não estiveram blindadas de críticas e controvérsias. Em abril de 2023, quando foi à China, Lula levou em sua comitiva o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. O episódio ampliou uma crise com a Frente Parlamentar Agropecuária no Congresso Nacional.

Meses depois, em julho, durante visita a Cabo Verde, o presidente cometeu uma gafe ao expressar “profunda gratidão” ao continente africano pela escravidão no Brasil.

– Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país – disse Lula.