Quem é Domingos Brazão, acusado de mandar Matar Marielle Franco

Segundo matéria do Metrópoles, o Delatado como mandante da morte de Marielle fez campanha para Dilma. Veja aqui.

Conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, ele chegou a ser preso e afastado do cargo, mas retornou ao posto com autorização do STF.

Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e ganhou destaque no noticiário desta terça-feira (23) após reportagem do portal Intercept Brasil revelar que Ronnie Lessa, o ex-policial militar acusado de matar Marielle Franco, delatou Brazão como um dos mandantes do atentado contra a vereadora do Psol do Rio de Janeiro e Anderson Gomes, seu motorista. 

O nome de Domingos Brazão veio à tona nesta terça-feira, mas esta não é a primeira vez que a questão do foro privilegiado é levantada no caso Marielle. Anteriormente, foi divulgado que Élcio de Queiroz, outro ex-policial acusado de participação no crime, citou o nome do conselheiro como um dos envolvidos no assassinato. Elcio também falou em delação premiada.

Conselheiro foi preso em investigação de propina

Quando já ocupava o cargo no TCE-RJ, em 2017, ele foi alvo da operação Quinto do Ouro, que apurava suposto esquema criminoso com envolvimento de membros do TCE-RJ para recebimento ilegal de percentuais sobre valores de contratos com o Executivo estadual. Ele foi preso temporariamente junto com outros quatro conselheiros. 

Eles foram soltos, mas não puderam voltar para seus postos no Tribunal de Contas. No ano passado, porém, Brazão foi autorizado pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), a retornar ao cargo. 

A defesa do conselheiro também solicitou que fosse encerrada a ação penal em que ele é acusado de corrupção passiva e de integrar organização criminosa, mas por unanimidade, a Segunda Turma do STF negou o pedido dos advogados. 

Antes do TCE, conselheiro atuou na política fluminense

O conselheiro foi deputado estadual também no Rio por 17 anos, de 1999 até 2015. Antes, foi vereador pela capital fluminense por dois anos, entre 1997 e 1999. Brazão foi filiado ao MDB. 

Na Assembleia Legislativa do Rio, Brazão foi membro por 13 anos da comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado importante porque avalia se as propostas apresentadas pelos parlamentares terão prosseguimento ou não. Ele também chegou a presidir a CCJ. 

Ainda quando era deputado estadual, o conselheiro foi presidente de comissões que apuraram possíveis irregularidades como a que tratou das apurações envolvendo a cobrança de pedágios nas rodovias privatizadas no RJ. 

Domingos Brazão também presidiu comissões parlamentares de inquérito como a que foi aberta em 2013 na Assembleia do Rio para investigar os danos causados ao consumidor na prestação de serviços de telefonia oferecidos pelas operadoras no Estado. 

O conselheiro também ocupou cargos de vice-presidente em comissões temáticas da Assembleia Legislativa do Rio. Uma delas foi a de Segurança Pública e Assuntos de Polícia em 2004.

Delatado como mandante da morte de Marielle fez campanha para Dilma

Delatado à Polícia Federal como mandante da morte de Marielle Franco, Domingos Brazão atuava com desenvoltura no espectro do Centrão da política fluminense, antes de virar conselheiro do TCE-RJ. Na última eleição presidencial na qual pôde se manifestar, declarou apoio à reeleição de Dilma Rousseff, em 2014.