Comissão pretende investigar ONGs que atuam na Cracolândia de São Paulo
Após a repercussão do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Vereadores de São Paulo para investigar ONGs que atuam na Cracolândia e também o padre Júlio Lancellotti, vereadores da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) desistiram de apoiar o pedido de criação do colegiado. De acordo com o portal Metrópoles, o religioso telefonou para o prefeito, que disse que o pedido inicial não mencionava o nome do padre.
A conversa entre os dois ocorreu na noite desta quarta-feira (3). Entre os vereadores que irão retirar seu nome da lista estão: Xexéu Tripoli (PSDB), Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (PSDB) e Sidney Cruz (Solidariedade).
O requerimento foi apresentado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Para ele, as ONGs que atuam na Cracolândia fazem parte de um esquema que se “retroalimenta”. Ou seja, os grupos não oferecem ajuda o suficiente para retirar as pessoas da situação de vulnerabilidade, mas apenas cuidados paliativos, como oferecer alimentação, por exemplo. Assim, os moradores da região não se recuperam e permanecem na Cracolândia, e as organizações não deixam de capitalizar.
– Existe uma chamada máfia da miséria para obter ganhos por meio da boa-fé da população e isso não é ético e nem moral. O padre Júlio é o verdadeiro cafetão de miséria em São Paulo. A atuação dele retroalimenta a situação das pessoas. Não é só comida e sabonete que vai resolver a situação – declarou o vereador ao jornal O Globo.
