Israel denuncia que Hamas cometeu estupros durante ataque

Polícia deu declarações nesta terça-feira

Nesta terça-feira (14), a polícia de Israel informou que os integrantes do grupo islâmico palestino Hamas que realizaram o ataque de 7 de outubro em solo israelense cometeram atos de estupro e abuso sexual, e garantiu ter documentado “vários casos”, sem especificar um número.

Embora Israel esteja sob uma ordem de silêncio sobre todos os ataques de 7 de outubro, a polícia mostrou, na última segunda-feira (13), a um grupo de jornalistas, algumas evidências que comprovariam o estupro e o abuso sexual do Hamas, em uma sala que não podia ser acessada com telefones ou dispositivos eletrônicos para não registrar o que foi visto.

– Abrimos uma investigação exaustiva para provar esses crimes contra a humanidade, que inclui não apenas evidências forenses, mas também centenas de testemunhos de mais de mil terroristas detidos, sobreviventes e a análise de mais de 60 mil vídeos, incluindo telefones, câmeras dos próprios terroristas e câmeras de segurança – declarou o chefe da Polícia de Israel, Kobi Shabtai, antes da exibição do material.

A polícia exibiu imagens que mostravam duas meninas, aparentemente mortas, deitadas de bruços no chão, seminuas e com as roupas íntimas na altura dos tornozelos, na área de Reim, onde ocorreu o festival de música eletrônica em que o Hamas massacrou pelo menos 260 pessoas.

O vídeo inédito divulgado pela polícia, que mostra imagens inéditas do massacre daquele sábado, inclui o depoimento à polícia de uma testemunha, cujo rosto está desfocado para que não possa ser reconhecida, e que conta como assistiu a um estupro.

A garota, que se fingiu de morta no massacre do festival de música eletrónica, diz em depoimento à polícia que viu dois homens do Hamas estuprarem uma menina nua. Segundo o seu depoimento, um miliciano cortou os seios da menina e outro deu um tiro na cabeça da vítima enquanto a penetrava por trás.

A mesma testemunha afirmou ter visto vários homens do Hamas carregando cabeças decapitadas como troféus, de acordo com imagens mostradas pela polícia à imprensa estrangeira nesta segunda-feira.

Além deste depoimento, a polícia disse ter mais relatos de outras testemunhas que presenciaram estupros, assim como declarações de soldados e membros dos serviços de emergência Zaka que encontraram corpos de mulheres “com sinais óbvios de abuso sexual”, disse um porta-voz da polícia.

Embora a polícia não tenha apresentado mais provas, informou que está reunindo mais evidências – forenses, de DNA, circunstanciais, imagens de vídeo – que indicam o uso “maciço e sistemático” de violações e abusos sexuais por parte do Hamas.

O porta-voz explicou que não pode divulgar mais provas por respeito às famílias das vítimas e porque a investigação ainda está em curso, mas garantiu que o Hamas entrou em Israel com instruções claras “não só para matar e sequestrar o maior número possível de civis, mas também para estuprar mulheres”.

Além disso, frisou as dificuldades para coletar provas forenses de abusos sexuais, para os quais existe normalmente um prazo de 48 horas após o crime, uma vez que o local era ainda uma “zona de guerra” nessa altura.

– Estamos falando de um evento com vítimas em massa, em que a prioridade era identificar as vítimas mortais, e os locais do crime só puderam ser analisados dias depois – comentou o porta-voz.

Ele também apontou a dificuldade de a maioria das vítimas de abuso sexual estarem mortas, sem especificar se há sobreviventes de estupro.

O brutal ataque do Hamas em Israel, cometido em 7 de setembro, resultou em mais de 1.200 mortos – cerca de 300 soldados e 58 policiais – e mais de 240 sequestrados.