Biden respalda versão de Israel sobre ataque a hospital em Gaza

Presidente dos Estados Unidos disse que bombardeio em hospital parece ter sido obra “da outra parte”

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respaldou, nesta quarta-feira (18), a versão dada por Israel de que o ataque a um hospital em Gaza – onde, segundo fontes palestinas, pelo menos 500 pessoas morreram – foi obra da “outra parte”.

– Com base no que vi, parece que foi a outra parte, mas há muitas pessoas por aí que não têm certeza, então temos muito pela frente – disse Biden no início de sua reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diante das câmeras de televisão.

O presidente americano afirmou que a razão pela qual quis estar nesta quarta em Israel é porque quer que “as pessoas no mundo saibam do lado de quem os Estados Unidos estão”. Nesse sentido, ele recordou as visitas de seu secretário de Estado, Antony Blinken, a Israel nos últimos dias, mas frisou que queria ir “pessoalmente” e deixar claro que “o grupo terrorista Hamas massacrou, como se destacou, cerca de 1.300 pessoas”.

– Não é hiperbólico dizer massacradas, massacradas, incluindo 31 americanos, sequestraram dezenas de pessoas, incluindo menores – acrescentou.

Biden declarou ainda que “o Hamas cometeu atrocidades que fazem o ISIS (Estado Islâmico) parecer mais racional” e que o grupo que controla Gaza não representa os palestinos.

– Os americanos estão de luto com vocês, de verdade, e estão preocupados porque esta não é uma situação fácil de navegar (…). Parece-me que temos que continuar garantindo que têm o que precisam para se defender – enfatizou.

O presidente norte-americano ressaltou ainda que o mundo está observando e que Israel tem “valores” como os dos EUA e de outras democracias.

Biden decidiu prosseguir com sua viagem a Israel, apesar do bombardeio ao Hospital Al Ahli, em Gaza. Segundo fontes da Saúde palestina, pelo menos 500 pessoas morreram em um atentado contra o centro de saúde, que grupos da Palestina atribuem à aviação israelense.

Israel, por sua vez, nega que tenha ocorrido um massacre, afirmando que o edifício não está destruído, que não sofreu danos graves e que houve apenas uma pequena explosão no estacionamento adjacente causada por um foguete do grupo Jihad Islâmica de Gaza.