Sâmia Bomfim se pronuncia sobre morte do irmão: ‘Devastada’

Família do médico acredita se tratar de uma execução

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) cobrou em nota a “imediata e profunda investigação” do assassinato de seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim, atacado e morto a tiros junto com outros dois colegas na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. A manifestação foi divulgada por nota da também deputada Fernanda Melchionna, delegada por Sâmia a falar sobre o caso.

– Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada neste momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento – detalhou Fernanda.

Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução, acrescenta a nota.

– Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores.

Diego Ralf Bomfim foi um dos três médicos assassinados na madrugada desta quinta. Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida também morreram no local.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse ter determinado à Polícia Federal “que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio” em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais. Sâmia é companheira do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) afirma que recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex-residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida.

Confira na íntegra a nota de Sâmia Bomfim e Glauber Braga:
Hoje acordamos com a notícia estarrecedora do assassinato de Diego Ralf Bomfim, irmão da companheira e deputada federal Sâmia Bomfim, e mais dois médicos que estavam com ele, Marcos de Andrade Consato e Perseu Ribeiro Almeida. Nos solidarizamos com todos os familiares de todas as vítimas desse crime bárbaro.

Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada neste momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento.

Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores.

Já pedimos ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o acompanhamento do caso pela Polícia Federal e estamos formalizando a solicitação com o ministério.

Fernanda Melchionna,
delegada por Sâmia Bomfim e Glauber Braga

Médico morto no Rio é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim

Diego Ralf Bomfim estava em quiosque na Barra quando criminosos chegaram atirando

Sâmia Bomfim ao lado do irmão, o ortopedista Diego Bomfim Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O médico ortopedista Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, um dos mortos no ataque a tiros em um quiosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra, mas não resistiu aos ferimentos.

Nas redes sociais, Diego postava fotos ao lado da família e com o sobrinho Hugo, filho de Sâmia. Em 2019, inclusive, Sâmia chegou a publicar fotos no Facebook com os pais e com a irmã, mas lamentou a ausência de Diego. Em dezembro do ano seguinte, os três irmãos posaram juntos após uma “visita surpresa”.

Diego era formado em Medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista. O médico era especialista em Ortopedia e Traumatologia, em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea — esta última especialização, obteve pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

SOBRE O CASO
Três médicos de São Paulo foram assassinados, na madrugada desta quinta-feira (5), em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. As vítimas eram ortopedistas e estavam na capital fluminense para participar de um congresso da área. Um quarto médico também foi baleado e está internado.

De acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de execução, visto que os criminosos já chegaram ao local do crime atirando e não levaram nada das vítimas. Ao todo, teriam sido efetuados ao menos 20 disparos. Testemunhas relataram que os bandidos nada falaram.

Veja o momento que o irmão da deputada do PSOL Samia Bomfim e outros médicos foram executados. pic.twitter.com/ULxLTonjmK

— Pavão Misterious (@misteriouspavao) October 5, 2023

O médico que ficou ferido foi identificado como Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, que foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, com pelo menos três tiros. Ele seria transferido para uma unidade particular.

Já os que vieram a óbito foram: Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que morreu no Lourenço Jorge; Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, que morreu no local; e Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, que também morreu no local. Marcos Corsato era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo informações publicadas pelo portal G1, os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, local que sedia a partir desta quinta-feira o 6° Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

Os quatro profissionais se reuniram em um quiosque na frente do hotel quando, por volta de 1h da madrugada, um carro branco parou, e três homens armados de pistolas desembarcaram e atiraram à queima-roupa. Foram pelo menos 20 disparos. Um dos criminosos ainda voltou para atirar mais em um dos médicos que tentava se refugiar atrás do quiosque. Ninguém foi preso.