Aluno planejou atentado com arma de fogo e não conseguiu, diz secretário de Segurança Pública de SP

Governo suspendeu aulas Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, local do ataque; outras vítimas não correm risco de morteImagens de câmera de segurança mostraram aluno de 13 anos atacando professora de 71 anos com faca.

O adolescente de 13 anos que matou a facadas uma professora e feriu outras quatro pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, nesta segunda-feira (27), planejava um atentado com arma de fogo, segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

O secretário afirmou ainda que as outras vítimas do ataque não correm risco de vida. Ele agradeceu as professores Cíntia Barbosa e Sandra, que imobilizaram o agressor e interromperam as agressões.

De acordo com o secretário da Educação, Renato Feder, o agressor teve problemas com violência em outra escola, além de ter proferido insultos racistas contra colegas da Thomazia Montoro.

Feder anunciou a ampliação do programa Conviva – responsável por oferecer suporte emocional para estudantes -, que passará a contar com 5 mil profissionais (atualmente são 500), distribuídos por todo o estado. Além disso, os atendimentos psicológicos presenciais serão retomados nas escolas.

“Já está no nosso cronograma a contratação de 150 mil horas de psicólogos e psicopedagogos para as escolas”, ressaltou.

Mario Augusto, gestor do Conviva, afirmou que as escolas estaduais têm proposto rodas de conversa que estimulam a compreensão e empatia dos alunos. “Falar sobre cultura de paz é algo que tem se mostrado extremamente necessário”, avaliou.

As aulas na Escola Estadual Thomazia Montoro serão suspensas por uma semana. Para compensar o período, os alunos terão uma semana de aula a mais no mês de julho, conforme anunciou o secretário da Educação.

Saiba quem era a professora esfaqueada por aluno em escola

Elisabete Tenreiro tinha 71 anos

Elisabete Tenreiro tinha 71 anos Foto: Arquivo Pessoal

Uma das professoras esfaqueadas por um aluno dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, morreu na manhã desta segunda-feira (27). Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e faleceu no Hospital Universitário da USP.

Outras três professoras e um aluno ficaram feridos no episódio. De acordo com a Polícia Militar, o agressor é um estudante de 13 anos que foi contido pelos policiais. Nenhuma das outras educadoras e nem o aluno correm risco de morrer. Além do estudante atingido por golpes de faca, outro aluno foi atendido em estado de choque.

Elisabete era professora de Biologia para turmas do ensino fundamental e médio. Ela trabalhava na unidade desde o começo do ano.

Segundo uma das filhas, a docente tinha a educação como missão e era querida nas escolas por onde passou.

– Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou – disse sua filha ao G1.

Conhecida pelos alunos e colegas como Beth, a professora tinha em suas redes sociais fotos com a família e dicas de conteúdo pedagógico.

Antes de mudar de escola neste ano, Elisabete dava aulas na Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, em Pinheiros; ela também já trabalhou no Instituto Adolfo Lutz, onde se aposentou em 2020.

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