Moraes nega investigação o escândalo do “radiolão” e quer punir Bolsonaro por denúncia sobre inserções

A campanha do presidente Jair Bolsonaro enviou ao TSE um relatório mostrando que o chefe do Executivo teve cerca de 154 mil inserções de rádio a menos que o ex-presidiário Lula, no segundo turno

Nesta quarta-feira (26), além de negar o pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro para investigar irregularidades de propagandas eleitorais que teriam dado a Lula cerca de 154 mil inserções a mais em rádios de todo o país, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, quer punir Bolsonaro por ter feito a denúncia próximo do dia da votação.

Moraes alegou que a campanha levantou suspeitas “sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova”.

Na última terça-feira (25), a campanha do presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um relatório alegando que o chefe do Executivo teve menos inserções de rádio do que o ex-presidiário Lula, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o ex-secretário Fabio Wajngarten afirmaram que, nas últimas duas semanas, Bolsonaro teve 154 mil inserções de rádio a menos que o petista. O escândalo está sendo chamado de “radiolão”.

Segundo Moraes, os dados apresentados pela auditoria não são suficientes para levantar suspeitas.

No mesmo despacho, o ministro aciona o Procurador-Geral Eleitoral, Augusto Aras, para investigar “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito” por parte da campanha de Bolsonaro.

Moraes também quer que a Corregedoria-Geral Eleitoral investigue eventual desvio de finalidade no uso do Fundo Partidário para a contratação da suposta auditoria e determina o envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), para ser anexado ao polêmico inquérito que apura a atuação de uma suposta “milícia digital” bolsonarista.

BSM