Vacina personalizada contra o câncer tem resultados otimistas

Imunizante é feito a partir do DNA do próprio paciente

Uma vacina personalizada contra o câncer, produzida a partir do DNA do próprio paciente, alcançou resultados iniciais esperançosos em estudos clínicos do Clatterbridge Cancer Center, um dos principais centros de estudos médicos da Inglaterra.

A vacina foi aplicada como tratamento complementar em cânceres de cabeça e pescoço, aqueles que acometem as regiões da boca, faringe (garganta), laringe e cavidade nasal, bem como a pele, glândulas salivares, vasos sanguíneos, músculos e nervos da região, além da glândula tireoide.

Nenhum dos oito primeiros pacientes vacinados teve recaída. Por outro lado, o câncer voltou em dois de oito pacientes que não haviam sido imunizados. Embora os números ainda sejam pequenos para conclusões estatísticas, Christian Ottensmeier, consultor médico oncologista e diretor de pesquisa do Clatterbridge Cancer Center, mostrou certa dose de cautela, mas otimismo para as próximas fases da pesquisa.

– Estou realmente esperançoso, sim. Estou bastante animado com isso. Todos os dados estão apontando na direção certa – afirmou.

O Clatterbridge Cancer Center foi o primeiro hospital inglês a oferecer o tratamento. Um pequeno ensaio clínico com doentes com câncer nos ovários na França e nos Estados Unidos também vem mostrando resultados promissores.

TECNOLOGIA USADA NA VACINA ANTICOVID
A vacina foi batizada de TG4050. Ela é desenvolvida pela empresa francesa Transgene com tecnologia semelhante à usada na produção do imunizante contra a Covid-19 da AstraZeneca. O medicamento utiliza parte do DNA do tumor de um paciente. Um vírus modificado e enfraquecido é, então, injetado no corpo da pessoa com a doença. O sistema imunológico atua e destrói as células cancerígenas ainda no estágio inicial.

O otimismo dos cientistas está ligado à adaptação da vacina ao câncer de cada indivíduo. As mutações no DNA das células tumorais variam de paciente para paciente.