Soldado russo é condenado à prisão perpétua na Ucrânia

Vadim Shishimarin foi o primeiro militar russo levado à Justiça na Ucrânia

Vadim Shishimarin, o primeiro militar russo levado à Justiça na Ucrânia, foi condenado nesta segunda-feira (23) à prisão perpétua, pelo assassinato de um civil na província de Sumy, no norte do país, conforme publicou a agência local de notícias Ukrinform. O soldado, de 21 anos, havia se declarado culpado na abertura do julgamento, dez dias atrás.

O caso era referente a morte de um homem civil, ocorrida em 28 de fevereiro deste ano, quatro dias após o início da invasão russa ao território ucraniano. O Tribunal do Distrito de Solomianskyi, em Kiev, declarou o réu culpado, de acordo com o artigo 438 do do Código Penal da Ucrânia, que versa sobre os maus-tratos ou morte de prisioneiros de guerra ou civis.

A Corte considerou, além disso, que se tratou de um homicídio premeditado, aplicando ao soldado, dessa forma, a pena máxima prevista para a acusação, a prisão perpétua. A defesa de Shishimarin pediu a absolvição do militar, alegando uma série de atenuantes existentes devido às circunstâncias da ação militar russa.

O Ministério Público, por sua vez, argumentou que o réu atuou com plena consciência dos atos e pediu a aplicação da pena máxima. Shishimarin, comandante da unidade 32010 da quarta divisão blindada da Guarda Kantemirovskaya, sediada na região de Moscou, fez um relato completo do caso no julgamento, inclusive, de como disparou na vítima, um homem de 62 anos.

A promotoria argumentou na acusação que o réu havia matado um homem desarmado, que passava de bicicleta por uma estrada na localidade de Chupajivka. Após um ataque do exército da Ucrânia, o batalhão que Shishimarin fazia parte havia se dispersado, e o acusado, com outros quatro soldados, fugiu em um veículo civil que havia sido confiscado.

Ao chegar em Chupajivka, se depararam com a vítima, que falava no telefone. O soldado russo deu um tiro na cabeça do homem com um fuzil, para evitar que ele e os demais militares russos fossem delatados às forças de Kiev. Pouco depois, Shishimarin foi capturado por militares da Ucrânia. Em 4 de maio, o Serviço de Segurança do país publicou um vídeo em que o soldado confessava ter disparado em um civil.