Pulando fora: PSB não participará da federação com PT, PCdoB e PV

Nesta quarta-feira (09/03), o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, anunciou que a sigla não integrará a federação partidária em negociação com PT, PCdoB e PV.

A decisão foi anunciada ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffman, após a quarta reunião entre os quatro partidos, na qual não houve acordo em relação às exigências do PSB para integrar a federação.

“Não há decisão de ingressarmos agora na federação porque esse assunto não está maduro para o PSB”, disse Siqueira.

Mesmo assim, o partido deverá fazer uma aliança eleitoral com o PT. O PSB deverá receber a filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB. A intenção é que Alckmin seja o candidato a vice na chapa para a Presidência da República encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Em resposta ao atual momento político, o PT, PCdoB e PV decidem caminhar para construir a federação e continuarão dialogando com o PSB em busca de sua participação, bem como o envolvimento de outras legendas do nosso campo”, diz nota divulgada após a reunião.

PT, PCdoB e PV continuarão em negociação para formar uma federação, modelo pelo qual partidos podem se unir e atuar como se fossem uma única legenda, mas são obrigados a permanecer juntos por pelo menos quatro anos.

As exigências do PSB para integrar a federação eram as seguintes:

  • na composição da assembleia geral dos partidos da federação, considerar, além do número de deputados eleitos, o número de prefeitos e vereadores eleitos por partido em 2020;
  • manutenção da composição da assembleia geral por quatro anos;
  • direito a veto para partidos que alcançarem 15% de votos na assembleia geral;
  • estabelecer quatro quintos dos membros como maioria qualificada dentro do órgão.

PSB exige redistribuição de forças na federação com PT

Os partidos iniciaram as negociações em dezembro passado. À época, o PT anunciou a abertura das discussões como um “processo de construção da candidatura” do ex-presidente Luiz Inácio Lula ao Palácio do Planalto.

Mas PT e PSB tiveram divergências em relação a candidaturas regionais — em uma federação, os partidos devem lançar um único candidato. Dirigentes das siglas chegaram a trocar acusações em entrevistas à imprensa.

Em um dos pontos de divergência, petistas do Espírito Santo decidiram lançar candidato próprio ao governo do estado, preterindo o apoio ao atual governador do PSB, Renato Casagrande, em razão de um encontro dele com o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato a presidente pelo Podemos, e de publicações nas redes sociais.

Apesar dos movimentos, Siqueira afirmou que as discordâncias acerca das candidaturas regionais não influenciaram a decisão do partido.

Segundo ele, a decisão foi tomada por falta de amadurecimento do PSB em relação ao tema.