Deltan: “O STF virou a casa da mãe Joana”

O ex-procurador Deltan Dallagnol (foto) criticou nesta sexta-feira (4) nas redes sociais decisão do ministro Ricardo Lewandowski que suspendeu a tramitação da ação penal contra o ex-presidente Lula em que ele é acusado de irregularidades na compra de caças suecos. 

A decisão se deu em pedido apresentado no mesmo processo do STF em que o ministro concedeu a Luiz Inácio Lula da Silva acesso às mensagens hackeadas dos celulares de membros da Lava Jato no Paraná.

“O STF virou a casa da mãe Joana: o ministo Lewandowski faz o que quer em favor do ex-presidente Lula (que o indicou ao STF e sempre o elogia), primeiro no Mensalão, depois autorizando entrevistas, depois no triplex, depois na leniência da Odebrecht e agora na Greenfield”, disse o ex-chefe da Lava Jato.

Lewandowski suspendeu monocraticamente a última ação penal contra Lula que corria em Brasília, alegando que supostas mensagens da Vaza Jato mostrariam que os procuradores de Brasília teriam sido influenciados pelos de Curitiba.

Segundo Deltan, as supostas mensagens de origem criminosa que a PF já demonstrou em laudo serem imprestáveis como prova por estarem sujeitas a todo tipo de adulteração. 

“O ministro força a interpretação. Ainda que o material fosse autêntico, a alegação de que haveria uma trama entre procuradores de Curitiba e de Brasília para prejudicar Lula é fantasiosa e não decorre das supostas mensagens. Basta ler a acusação para ver que é embasada em provas”, disse.

Deltan disse ainda que, mais uma vez, o STF não diz que Lula é inocente e nem que não há provas dos crimes. E indagou: Se alguém na justiça acusa Lula vira suspeito? Lula é intocável? Isso que o STF deveria responder.

“Além disso, os procuradores de diferentes locais são independentes e têm sua independência assegurada pela Constituição. Dizer que os procuradores de Curitiba manipularam os de Brasília é simplesmente ridículo e ofende a inteligência dos brasileiros. Além disso, Lewandoswki adota a narrativa da defesa como verdade sem qualquer apuração devida, contraditório adequado ou análise crítica dos fatos. Ou seja: faz o que quer monocraticamente e o resultado é a impunidade da grande corrupção política”, afirmou.

Fonte: o antagonista