O tenente-coronel Cássio Novaes é investigado por ameaças de estupro e de morte contra duas mulheres lotadas no mesmo batalhão que ele
Novaes é alvo de pelo menos mais uma acusação da mesma natureza, na Corregedoria da PM.
Como informa o G1, as vítimas eram assediadas por meio de mensagens em aplicativo fora do horário de serviço.
Segundo apurado pelo portal, a segunda denúncia envolve uma também soldado e foi feita depois da formalização da queixa de Jéssica do Paulo Nascimento, mas antes da repercussão pública do caso dela.
A vítima foi presencialmente à Corregedoria para formalizar a denúncia em 5 de abril, acompanhada de seu capitão, que prestou apoio à mulher. Ela o acusa de assédio sexual e ameaças, também por mensagens de áudio e texto em aplicativo.
Proteção
Ao denunciar o superior, a soldado Jéssica afirmou que estava em busca de proteção. Ela relata que o assédio começou em 2018 e ela ficou afastada do trabalho por dois anos, para fugir do agressor.
Quando assumiu o comando do Batalhão da Zona Sul de São Paulo, Novaes se apresentou à equipe e na primeira oportunidade convidou Jéssica para sair.
Ela disse ao superior que era casada e tinha filhos, recusando o investida.
“Depois desse dia, minha vida virou um inferno”, desabafa. A soldado relata episódios de investidas sexuais por mensagens, ameaças por áudio, humilhação em frente aos seus colegas e até mesmo sabotagem quando se recusou a ceder aos pedidos de seu superior.
Reprodução do G1
Após o afastamento, a licença de Jéssica acabou em março desse ano e ela precisou voltar ao serviço. Ele conseguiu o telefone dela e a violência recomeçou.
O comandante prometia sustentar os filhos da soldado, dar uma promoção para ela dentro da corporação e a transferência que ela queria para o litoral paulista.
Ao notar que seria denunciado, as ameaças de morte vieram, também, por áudios. Em uma das falas, o comandante afirma que “não existe segredo entre dois, um tem que morrer” e “quem não tem problema na vida, está no cemitério.”
A Corregedoria da PM informou ao G1 que o comandante está suspenso do serviço e as investigações correm em segredo de Justiça.
Extraído do site metrópoles