Governador convocou jantar da cúpula tucana após racha no DEM; grupo de Aécio reage
Em política, é muito fácil identificar o traidor infiltrado na tropa, pois Cavalo de Troia não galopa.
João Doria, o governador tucano de São Paulo, passou a enxergar o deputado Aécio Neves como uma espécie de cavalo de madeira em cuja barriga os adversários transportaram para dentro do ninho do PSDB na Câmara um presente de grego: a bolsonorização de parte da bancada.
Doria acusa Aécio de aliciar votos tucanos para Arthur Lira, o líder do centrão que virou presidente da Câmara com o apoio de Jair Bolsonaro.
Houve um tempo em que o PSDB se vangloriava até de sua divisão interna. Cada arranca-rabo para a escolha de um candidato ao Planalto era tratado como um marco civilizatório.
Dizia-se que nenhuma outra legenda podia levar à vitrine presidenciáveis qualificados como Aécio, Alckmin e Serra.
Hoje, o tucanato mede não a qualificação dos seus pássaros, mas a quantidade de lama que cada um traz sobre a plumagem.
Quando Doria defende a saída de Aécio e nada acontece, a única coisa que o governador consegue é expor a crise de identidade do PSDB. O partido já não é o que imaginava ser. E ainda não sabe o que será.
Trechos de JOSIAS DE SOUZA do UOL