Frejat conta com a transferência dos votos que colocam Arruda à frente nas pesquisas da capital
Um dia após a renúncia de José Roberto Arruda à disputa ao Buriti, seu substituto Jofran Frejat protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) sua candidatura a governador ao lado da esposa do ex-candidato Flávia Peres Arruda, que será vice-governadora na chapa, do senador Gim Argello (PTB), candidato à reeleição, e do próprio Arruda. Segundo o novo candidato, o trunfo para sua vitória será a militância de Arruda, que liderava as pesquisas de intenção de votos e pedirá apoio para a nova chapa.
A esperança de Jofran é que, com Arruda nas ruas, os votos que as pesquisas atribuíam ao ex-governador — perto de 40% — possam ser captados por ele.
“O Arruda já declarou que vai trabalhar na campanha, mesmo sem ser o candidato. Será o principal responsável pela nossa vitória. Tenho certeza de que ele vai convencer as pessoas de que, na impossibilidade de concorrer, que o levaram a abrir mão da candidatura, ele vai procurar eleger os companheiros que querem realizar o que foi colocado no nosso programa de governo”, declarou Frejat, logo após a homologação de sua campanha.
O candidato, que já secretário nos governos de Joaquim Roriz, acredita em seu currículo de trabalhos feito pela cidade e afirma que a receptividade dos eleitores foi boa.
“As pessoas me abordavam dizendo: ‘Olha, que bom que nós teremos novamente uma pessoa que lutou pela saúde’. Queremos recuperar esse setor e várias outras áreas que precisam de nossa atenção”, avalia o ex-secretário de Saúde.
Apesar de ser uma nova campanha, Frejat afirma que nada mudará em relação as propostas de governo que eram prometidas por Arruda.
Transferência pode ocorrer
Assim como ocorreu em 2010, quando o ex-governador Joaquim Roriz (PRTB) desistiu de concorrer por dúvidas relacionadas à validade da Lei da Ficha Limpa para aquelas eleições, José Roberto Arruda (PR) deixa em seu lugar um político menos testado em eleições majoritárias, com a esperança de transferir para ele seus votos.
Logo após a renúncia de Arruda (PR), adversários de campanha de Jofran Frejat (PR) discutiam se seria possível a transferência de votos do ex-governador para seu sucessor.
Para o professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Nascimento a passagem de votos é, sim, possível, já que os eleitores de Arruda são cativos. “O Arruda tem votos cativos que podem ser transferidos para o Jofran. Não digo a totalidade, mas uma boa parte deles, já que os eleitores dele têm um perfil personalista”, afirma o professor da UnB.
Paulo destaca que a presença de Jofran, nas urnas, pode significar risco aos adversários de Arruda que menosprezarem Frejat e acreditarem que o novo candidato não terá a mesma desenvoltura.