Política "Nunca caminhamos com Arruda", diz Agnelo

    O governador do DF e candidato à reeleição Agnelo Queiroz (PT) justifica a alta taxa de rejeição com erros de comunicação e herança deixada pelo último governo
    Agnelo Queiroz e Lula

    Agnelo Queiroz e Lula durante evento de campanha no DF. Ele luta para chegar ao segundo turno
    Agnelo Queiroz (PT) assumiu o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, após um caricatural segundo turno nas eleições de 2010. No lugar de Joaquim Roriz, temeroso de uma derrota no STF após ser enquadrado na Lei da Ficha, cujos efeitos acabariam por não valer naquele pleito, Agnelo teve como oponente Weslian Roriz, mulher do tradicional oligarca. Despreparada, a candidata não teve sucesso em absorver os votos de seu marido. Agnelo foi eleito com relativa facilidade, sob a bandeira da renovação da política local.
    Quatro anos depois, 44% do eleitorado brasiliense afirma não votar no petista de jeito nenhum, segundo a ultima pesquisa Ibope, divulgada na quarta-feira 24. O mesmo levantamento o coloca em terceiro lugar na disputa, com 19%. Agnelo está tecnicamente empatado com Jofran Frejat (PR), substituto do ex-governador José Roberto Arruda, afastado da disputa após sucessivos recursos negados na Justiça contra seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa, aplicada por sua participação no “mensalão do DEM”. Frejat tem 21%. Na liderança, o pessebista Rodrigo Rollemberg, principal beneficiado pela desistência de Arruda, tem 31%.
    Em entrevista a CartaCapital, Agnelo atribui a rejeição do eleitorado à “herança deixada” pelo antecessor e aos equívocos na área de comunicação de governo, que teria sido ineficiente na divulgação dos projetos e obras da administração petista. Agnelo rejeita dados do Conselho Regional de Medicina, segundo os quais o DF possui a pior cobertura populacional de agentes de Saúde e equipes de Saúde da Família e defende conquistas na área, bem como na educação e na segurança pública. Sobre a popularidade de Arruda mesmo após sua prisão em 2010, Agnelo diz não ter explicação. Mas cutuca Rollemberg por sua proximidade crescente ao ex-governador antes do escândalo. “Ao contrário dos demais candidatos, nunca caminhamos com Arruda.”
     
    fonte: carta capital