Base se queixa da falta de diálogo na Câmara Legislativa
Governistas voltam a criticar a falta de articulação na Casa e cobram mais aproximação com o Executivo
Falta de articulação, secretários que não atendem e projetos que não correspondem as expectativas ainda são as principais reclamações dos deputados da base governista, na Câmara Legislativa. A ausência de defesa por parte dos aliados de Rodrigo Rollemberg também tem cooperado para ataques de oposicionistas e de independentes e, pelo menos até que o Executivo tenha condições de acondicionar os deputados dentro de sua estrutura, a situação parece que não vai melhorar.
O governista Joe Valle (PDT) chegou ir à tribuna para defender que a equipe do novo governo tem boas ideias e uma boa equipe, mas que fazer a defesa do governo tem sido um problema, já que faltam dados para isso. “Não há articulação política dentro da Câmara Legislativa. Faltam dados para fazer essa defesa. Os deputados estão inseguros para fazer a defesa”, afirmou.
Outra reclamação dos governistas é a falta de acesso ao secretariado de Rollemberg. A questão foi levantada pelo ex-líder do governo na Casa, Raimundo Ribeiro (PSDB), que acusou os chefes de pastas de acharem que têm mais poder do que realmente eles têm. “A relação com o governador é ótima. Alguns secretários não compreendem que o queremos é ajudar o governo, porque recebemos demandas da população nas ruas”, afirmou. “Secretário é auxiliar do governador e o papel deles é ajudar a resolver essas demandas”, completou Ribeiro.
A ausência de alguém do governo na Casa é outro ponto que incomoda alguns distritais. “Você está vendo o responsável pela articulação aqui? Então sua pergunta está respondida”, declara um deputado da base que preferiu não se identificar.
Nomeações
Os problemas financeiros enfrentados pelo governo também tem sido um desarticulador entre os parlamentares e o Executivo. Deputados não podem fazer indicações, pois o governo não pode, até o fim de maio, fazer nomeações por ter caído na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Um distrital independente, que ainda estuda ir para a base, espera que as coisas mudem quando as nomeações ficarem liberadas. “É por isso que o governo não vai mandar tão cedo projetos importantes. Sem poder negociar e sem consistência no número de aliados ele tem medo de ser derrotado”, avaliou o distrital.
Para Raimundo Ribeiro, o pior já passou. “A crise financeira que era o que havia de pior para se resolver já foi amenizada, agora está na hora de o governo e sua equipe começar a trabalhar para solucionar outras questões. O governo já tem condições de fazer as coisas melhorarem”, analisa o tucano.
Sem projetos enviados pelo Buriti à Casa Legislativa nos últimos dias, a não ser pedidos de autorização de crédito e mudança de destinação de recursos, a missão fica a cargo do subsecretário.
Dantas garante que tem feito a ponte com os distritais, mas reconhece que é preciso ampliar o diálogo. “Precisamos melhorar as conversas e consolidar a nossa base. Minha ida à Câmara Legislativa é permanente e quando não estou, está lá meu subsecretário. A Câmara é prioridade para o nosso governo”, declara Marcos Dantas, que acredita que a base tem entre 13 e 14 distritais.
Segundo o secretário, sua agenda está reservada às terças-feiras e quartas-feiras para acompanhar e conversar com os deputados.
Quanto a falta de informações para que os deputados façam a defesa, Dantas admite que elas ainda são insuficientes. “O início do governo foi muito truncado. Por isso, precisamos melhorar nossa comunicação. Vamos trabalhar para que isso melhore”, explica Marco Dantas.
Fonte: Jornal de Brasília