Grupo de pelo menos 14 distritais se organiza para formar maioria


    O ano nem acabou e os deputados  distritais já estão articulando as composições para a próxima legislatura. O trabalho nos bastidores tem sido tão movimentado que não houve quórum para votar os projetos  da ordem do dia, ontem. O assunto mais comentado na Casa é um provável blocão que seria articulado  pessoalmente pelo vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).
    O objetivo, segundo um deputado que já foi sondado, é auto-proteção. Ocorre que o governador eleito Rodrigo Rollemberg  não tem sinalizado para o oferecimento de cargos aos parlamentares e eles têm se organizado para formar maioria e ter mais poder de barganha ou, em caso de negativa do  governador, fazer oposição. Já o objetivo de Filippelli seria se fortalecer para concorrer ao governo em 2018. 
    Segundo as conversas de bastidores, pelo menos 14 distritais já teriam sido sondados para o blocão, que contaria com oito partidos. PT e  PMDB seriam os cabeças. Apesar de dizer que não participou de qualquer conversa sobre o assunto, o distrital Chico Leite (PT) seria um dos contrários à formação, tendo em vista que já manifestou apoio ao governador eleito.
    Rumores
    O novato Ricardo Vale (PT) diz estar por fora das conversas, por motivo de viagem. Mas reconhece que, há duas semanas, ouviu rumores sobre o assunto. “Não sei se as conversas andaram”, afirma.
    Logo após sair de uma reunião com Filippelli, o distrital Robério Negreiros (PMDB) foi categórico: “Não existe nada disso”. Mas também não descarta a possibilidade de que o bloco se materialize: “Em política, a gente não pode afastar nenhuma possibilidade”.
    Ele explica que há uma conversa entre PT e PMDB, em nome da coligação que elegeu o governo atual. Mas garante que os sete parlamentares dos dois partidos jamais se reuniram para tratar do assunto. “Essas conversas só vão se concretizar em dezembro”, aposta.
    Filippelli foi procurado para comentar o assunto, mas não retornou as ligações.
    Sanção polêmica no fim do prazo
    O governador Agnelo Queiroz deve sancionar, no prazo máximo de que dispõe (20 de novembro), o projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa que revoga a Lei 2.299/1999, que dá poder ao governador do DF para criar cargos e órgãos na estrutura do governo sem necessidade de aprovação da Câmara Legislativa.
     A lei dificultará o trabalho de Rollemberg, que já anunciou que pretende extinguir secretarias e cargos do governo. O próprio coordenador da equipe de transição, Hélio Doyle, reconhece que a lei “prejudica o funcionamento do governo”.
    Inconstitucional
    A equipe de Rollemberg já foi alertada de que, eventualmente, poderá pedir a inconstitucionalidade da provável lei. 
    Pessoas próximas ao governador garantem que não há o que questionar e que o projeto, de autoria do deputado distrital Alírio Neto (PEN), poderá virar lei  já na semana que vem.
     Oficialmente, o GDF informa que ainda analisa o projeto. Em todo o caso, se não sancionar até a próxima quinta-feira, o projeto volta, obrigatoriamente, para a  Câmara Legislativa, que terá prazo de 48 horas para fazê-lo.
    Saiba mais
    A presidência da Casa é outro  distritais. Doutor Michel (PP) se antecipa a dizer que todos os 24 distritais “são presidenciáveis”. Ressalva, porém, que “mas um dos  que mais  tem condições de assumir, um dos mais preparados sou eu”. 
    Doutor Michel  lista sua experiência no Executivo e no Legislativo para ressaltar suas qualidades na administração.  “Pela minha história de trabalho, tenho todo o know-how”, destaca.
    Fonte: Da redação do Jornal de Brasília