Segundo o ONS, a situação só é tranquila no Sul do país.
O Governo Federal admitiu pela primeira vez que pode racionar energia. No
Sudeste e Centro- Oeste, regiões que produzem a maior parte da eletricidade consumida no Brasil, o nível das represas já é 39% menor do que em 2001, ano em que o Brasil sofreu um apagão.
A água nos reservatórios para a geração de eletricidade chegou a níveis preocupantes. Pela primeira vez o governo admitiu que pode implantar o racionamento de energia.
“Nós temos energia para abastecer o Brasil. É obvio que se nós tivermos mais falta de água, se nós passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, aí estamos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem. A partir daí nós teríamos problemas graves, mas nós estamos longe disso”, fala o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
Na verdade segundo o ONS, a situação só é tranquila no Sul. Em todas as outras regiões, o nível das represas hoje é muito menor do que no ano passado. No Sudeste e Centro-Oeste, que produzem 70% da energia do país, o volume d’água caiu para menos da metade. Represas importantes como Furnas, Nova Ponte e Três Marias, estão com pouco mais de 10% de sua capacidade, nível que o ministro das Minas e Energia chamou de limite mínimo.
“Nós já estamos num processo que podemos chamar de apagão. Essa é a nossa situação. A situação é muito crítica. O período chuvoso vai chegar ao fim sem recuperação dos reservatórios e a partir daí nós vamos ter uma crise no fornecimento de energia elétrica”, diz o professor de engenharia hidráulica da UFMG, Carlos Barreira.
Segundo o ONS, em 2001 quando o Brasil teve de racionar energia, o nível das represas do Sudeste e Centro-Oeste estava em 28%. Hoje ele está com 40% a menos.
Naquela época, o brasileiro teve que mudar seus hábitos para reduzir o consumo. Os banhos ficaram curtos e de preferência fora do horário de pico. As donas de casa aprenderam a acumular a roupa antes de lavar e de passar. Agora, o brasileiro precisa retomar esses cuidados.
Do G1