Os generais Estevam Theophilo e Freire Gomes divergem sobre detalhe da reunião golpista do ex-presidente com comandantes das Forças Armadas
Em seus depoimentos à Polícia Federal, os generais Estevam Theophilo e Marco Antônio Freire Gomes divergiram sobre detalhe da suposta reunião golpista supostamente convocada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao que dizem os comandantes das Forças Armadas tratariam dos planos golpistas que o manteriam no poder após as eleições de 2022.
Os investigadores agora apuram a contradição.
Bolsonaro afirmou que “não é crime” falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. E sustentou que nenhuma das medidas foi levada adiante.
“Sobre o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, precisa convocar um conselho com diversos integrantes. Para que fosse implementado, precisaria convocar o conselho, inclusive com presidente da Câmara e do Senado. E não teve nenhum conselho convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem dá a palavra final é o Parlamento. Já a Garantia da Lei e da Ordem não se pode fazer do nada. Tem que ter fundamento.”
O primeiro a prestar depoimento foi o general Theophilo. De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, o chefe dos ‘kids pretos’ disse à PF que recebeu uma ordem de Freire Gomes, que naquele momento era o Comandante do Exército, para que comparecesse à reunião.
À época dos acontecimentos Theophilo era o chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), os chamados ‘kids pretos’.
Ele é apontado pelos investigadores como parte do “núcleo de oficiais de alta patente” que embarcaram na aventura do Estado de Defesa e o Estado de Sítio
Ouvido posteriormente, Freire Gomes afirmou no seu depoimento de mais de 7 horas aos federais, que “permitiu”, e não “ordenou”, a ida de Theophilo à reunião.
O general diz que por ter sido uma convocação do presidente da República, não poderia impedir a ida do militar, mas que ao autorizar sua participação também o orientou a se ater apenas a suas atribuições.
O general também disse em seu depoimento que se colocou contrário as implementações de Estado de Defesa e Estado de Sítio, além da decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e, de acordo com a jornalista Miriam Leitão, teria tido acesso a duas minutas apresentadas.