A apuração das urnas do Distrito Federal chegou ao fim por volta das 20h15 neste domingo (5/10) e os candidatos eleitos para as oito vagas de Deputados Federais pelo DF foram divulgados, com o partido Democratas liderando o ranking.
Fraga (DEM) sai bem na frente dos demais candidatos, com 155.056 votos, o que corresponde a pouco mais de 10% do eleitorado. Em seguida, vem Rogério Rosso (PSD), com 93.653 votos e a petista Erika Kokay, com 92.558, na terceira posição.
Os demais candidatos eleitos são Ronaldo Fonseca (PROS), com 84.583, Rôney Nemer (PMDB), com 82.594, Izalci (PSDB), com 71.937, Augusto Carvalho (SD), com 39.461 e Laerte Bessa (PR) na oitava e última vaga, com 32.843.
Os votos em branco chegaram a 7,66% e os nulos atingiram 5,51%. Nem todos os oito vencedores estão entre os mais votados. Alírio (PEN), por exemplo, teve 78.945 e Vitor Paulo (PRB), 71.381. Vale lembrar que na eleição proporcional, nem sempre os candidatos mais votados são eleitos. Além de obter votos para si, os parlamentares também dependem dos votos que serão dados ao partido ou à coligação a que pertencem.
O voto é contado primeiramente para o partido político. Isso significa que o eleitor vota em determinado partido político e escolhe o candidato não para ser o vencedor das eleições, mas para ser o primeiro colocado na lista de candidatos daquele partido.
Para participar da distribuição das vagas na Câmara ou nas assembleias legislativas, o partido ou coligação precisa alcançar o quociente eleitoral – resultado da divisão do número de votos válidos no pleito (todos os votos contabilizados, excluídos brancos e nulos), pelo total de lugares a preencher em cada Parlamento.
Feito o cálculo do quociente eleitoral, é realizado o cálculo do quociente partidário, que determinará a quantidade de vagas que cada partido ou coligação terá assegurada. Para se chegar a esse resultado, divide-se o número de votos que cada partido/coligação obteve pelo quociente eleitoral. Quanto mais votos as legendas conseguirem, maior será o número de cargos destinados a elas. Os cargos devem ser preenchidos pelos candidatos mais votados de partido ou coligação, até o número apontado pelo quociente partidário.
Confira, abaixo, os perfis dos candidatos mais votados:
1) Fraga (DEM)
João Alberto Fraga Silva, 58 anos, é um dos mais conhecidos adversários políticos do governo Agnelo Queiroz (PT). Fraga faz parte da coligação União e Força I (PR/PTB/ PRTB/PMN/DEM) e é presidente do DEM no DF. Na campanha, recebeu R$ 1.218.680 sendo que, somente a UTC Engenharia repassou mais de R$ 1 milhão. A Cosan, de óleos e lubrificantes, repassou R$ 100 mil. É coronel da reserva da Polícia Militar do DF, foi deputado federal por três mandatos, sendo um dos parlamentares mais ativos contra o desarmamento. Ocupou também o cargo de Secretário de Estado de Transportes do DF. Nas eleições de 2010, tentou uma vaga para o Senado, mas não foi eleito. Fraga nasceu em Estância, Sergipe.
2) Rogério Rosso (PSD)
Rogério Schumann Rosso, 46 anos, disputou o cargo federal na coligação Somos Todos Brasília (PSB/ PSD/ PDT/ SDD). Em 2006, Rosso tentou uma vaga de deputado federal, mas não foi eleito. Em abril de 2010, Rosso foi eleito governador do Distrito Federal em turno único na eleição indireta promovida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foi empossado para o governo provisório em 19 de abril. Foi secretário de Desenvolvimento Econômico no governo de Joaquim Roriz e, em seguida, foi administrador de Ceilândia. Na gestão de José Roberto Arruda foi presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), a mesma empresa que Durval Barbosa presidiu e que está relacionada à Operação Caixa de Pandora. Nas eleições deste ano, Rosso recebeu R$ 526.729,47, sendo que o sogro, Roberto Curi, foi o principal doador, com R$ 400 mil. Rosso nasceu no Rio de Janeiro (RJ).
3) Érika Kokay (PT)
Érika Jucá Kokay, 57 anos, consegue, pela segunda vez consecutiva, o cargo de deputada federal pela coligação Respeito por Brasília 2 (PT/ PRB/ PC do B/ PP/ PROS). Na Câmara dos Deputados. foi membro das Comissões de Direitos Humanos, Reforma Política e de Seguridade Social e Família. Sua principal bandeira no Congresso é a luta LGBTT e tem influência nos movimentos sociais. Érika tem origem política no sindicalismo. Foi presidente do S
indicato dos Bancários e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ela também foi deputada distrital por duas vezes (2002 e 2006). Para o pleito de 2014, recebeu R$ 316.400 de doações, sendo as construtoras Colares Linhares e Andrade Gutierrez, as principais doadoras – R$ 95 mil. Nasceu em Fortaleza (CE).
4) Ronaldo Fonseca (PROS)
Ronaldo Fonseca de Souza, 55 anos, garante o segundo mandato consecutivo no Congresso Nacional. O deputado faz parte da coligação Respeito por Brasília 2 (PT, PRB, PC do B, PP, PSC e PROS). Ronaldo Fonseca é pastor evangélico da Assembleia de Deus e sua base eleitoral são os evangélicos. Na Câmara dos Deputados, Ronaldo é conhecido por pertencer a bancada evangélica e de travar brigas contra parlamentares em relação aos direitos homoafetivos. Ronaldo comandava o PR-DF, mas deixou o partido com a filiação de José Roberto Arruda, em outubro de 2013. Ronaldo recebeu R$ 132.400 em doações, sendo R$ 44 mil dele mesmo e R$ 30 mil do Partido Progressista. Nasceu em Volta Redonda (RJ).
5) Rôney Nemer (PMDB)
Rôney Tânios Nemer, 51 anos, consegue pela primeira vez o cargo de deputado federal pela coligação Respeito por Brasília 1 (PMDB, PT do B, PRP, PHS, PEN, PV, PTN, PPL, PSL e PTC). Desde 2002, Nemer ocupava o cargo de deputado distrital. Em 2000, assumiu a Administração de Samambaia e, logo depois, a do Recanto das Emas, região administrativa que tem grande influência polítca. Elegeu-se distrital em 2002 e no ano seguinte assumiu a Secretaria de Obras do governo Roriz. Foi reeleito em 2006 e 2010. Atuou como presidente da Brasiliatur no governo de José Roberto Arruda. Mora em Brasília desde 1978. Recebeu R$ 243.300 durante a campanha. Desses, R$ 160 mil eram recursos próprios. A principal doadora privada foi a Booleanos Consultoria Administrativa – R$ 30 mil. Nasceu em Viçosa (MG).
6) Izalci (PSDB)
Izalci Lucas Ferreira, 58 anos, vai para o terceiro mandato seguido na Câmara dos Deputados. Para esse pleito, foi um dos personagens da ruptura do PSDB local. Izalci foi contra a candidatura de Pitiman ao governo do Distrito Federal. Nas eleições anteriores, em 2010, Izalci foi eleito pelo PR, que apoiava o PT. Nesta eleição de 2014, Izalci faz parte da coligação Por um Futuro Melhor II (PSDB / PPS / PSDC). Na campanha, recebeu R$ 332.435,00. Sendo que a maior parte, R$ 160 mil foi bancado pelo próprio deputado. A União de Faculdades do Amapá é a principal doadora, R$ 100 mil. Na Câmara, Izalci levanta a bandeira da educação. Izalci é professor e contador. Nasceu em Araújos, Minas Gerais.
7) Augusto Carvalho (SDD)
Augusto Silveira de Carvalho, 61 anos, foi deputado federal por vários pleitos, inclusive durante a Constituinte. Agora, pertence à coligação Somos Todos Brasília (PSB, SDD, PDT, PSD). Ele também foi deputado distrital. Bancário do Banco do Brasil, Augusto fez carreira política no Sindicato dos Bancários. Nas últimas eleições, Augusto não foi eleito, mas atuou como parlamentar por ser suplente de Geraldo Magela, que foi secretário de Habitação praticamente todo o governo de Agnelo Queiroz. Augusto Carvalho também foi secretário de saúde no governo de José Roberto Arruda, nos anos de 2008 e 2009. Em 2014, arrecadou R$ 143.500 em doações, sendo R$ 100 mil da Minerações Brasileiras Reunidas. Nasceu em Patos de Minas (MG).
8) Laerte Bessa (PR)
Laerte Rodrigues de Bessa, 60 anos, consegue o segundo mandato de deputado federal pela coligação União e Força I (PR, PTB, PRTB, PMN e DEM). O anterior foi em 2006. Em 2010, Bessa não conseguiu ser reeleito. Bessa fez carreira política dentro da Polícia Civil, ele é delegado e foi diretor-geral da Polícia Civil no DF durante o governo de Joaquim Roriz. Na Câmara dos Deputados, Bessa foi representante da bancada da bala e tem a segurança pública como discurso central. Nas eleições de 2014, recebeu R$ 253 mil em doações, sendo R$ 200 mil do diretório nacional do partido e R$ 50 mil da Seara Alimentos. Nasceu em Goiânia (GO).
Fonte: Correio Braziliense