PO havia transformado a Brasíliatur num excepcional cabide de empregos: funcionários comissionados recebiam salários de até R$ 18 mil, e ainda uma verba de R$ 30 milhões para gastar com festas e eventos , o que PO soube gastar muito bem nas grandes festas que realizou nos dois primeiros anos do governo de Arruda.
Todos os contratos feitos pela Brasíliatur, órgão então vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, foram investigados. Uma auditoria foi feita e o rico empresário Paulo Octávio terá muita dor de cabeça para explicar algumas ações promovidas pela BrasíliaTur.
Só em 2009, foram repassados R$ 76,3 milhões a empresas de eventos terceirizadas pela Brasiliatur e pelas secretarias de Trabalho e de Cultura.
Escândalo até no carnaval de 2009.
Então presidida pelo deputado distrital Rôney Nemer, a Brasiliatur deu R$ 800 mil ao desconhecido cantor baiano Edu Casanova para ele se apresentar como garoto-propaganda na folia de Salvador e compor um hino para as comemorações do cinquentenário da capital. O mesmo artista havia recebido R$ 60 mil para cantar no réveillon da Esplanada dos Ministérios, dois meses antes. Cachê bem menor do que o das outras atrações: Chitãozinho e Xororó (R$ 300 mil), NXZero (R$ 220 mil) e Exaltasamba (R$ 220 mil). Mas, dessa vez, o governador não viu nada de errado com a despesa nem mandou abrir sindicância.
Os gastos com a festa de 48 anos de Brasília foram alvo de denúncia ao Tribunal de Contas do DF. A estatal pagou R$ 2,2 milhões à empresa Aplauso Organização de Eventos Ltda. para a realização do evento. Não houve licitação. Também causaram estranheza os altos valores para a contratação das atrações musicais. Somente o grupo mexicano RBD recebeu R$ 760 mil. A banda Chiclete com Banana faturou R$ 492,5 mil.
Durante a gestão de Arruda, a Brasiliatur ficava sob o comando de Paulo Octávio. Para os 50 anos de Brasília, ele chegou a pensar em trazer artistas como Madonna e Paul McCartney. A Brasiliatur era presidida por João Oliveira, pessoa da confiança de Paulo Octávio. Confira alguns pontos:
Despesas ilimitadas
Desde que foi fundada pelo governador José Roberto Arruda, em outubro de 2007, a Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur) acumulou denúncias de gastos excessivos e suspeitos.
Folha de pagamento
A empresa pagava R$ 333.116 por mês a 59 empregados e quatro diretores, todos comissionados (não concursados).
Festa de aniversário
A estatal pagou R$ 2,2 milhões à empresa Aplauso Organização de Eventos Ltda. para a realização da festa de 48 anos de Brasília, sem licitação.
Rock In Rio Lisboa
A Brasiliatur deu R$ 850 mil para uma empresa de eventos divulgar Brasília em Portugal, durante evento de música pop, em 2008. Não houve licitação.
Centros de atendimento
Ainda em 2008, a estatal destinou mais de R$ 900 mil a uma associação para montar os centros de atendimento ao turista no aeroporto e no Centro de Convenções.
Cachê astronômico
A Brasiliatur deu R$ 800 mil ao desconhecido cantor baiano Edu Casanova para ele se apresentar como garoto-propaganda dos 50 anos de Brasília no carnaval de Salvador de 2009.
E agora?
Com informações do Correio Braziliense
Fonte: Donny Silva