Em um movimento estratégico para fortalecer a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou, nesta terça-feira (18), de um almoço com senadores do bloco Vanguarda no Senado Federal. O encontro, marcado por cordialidade e unidade de propósitos, teve como foco principal a discussão de pautas legislativas prioritárias para o grupo oposicionista.
O bloco Vanguarda é composto por partidos como PL, Progressistas, Republicanos e Novo, reunindo 15 senadores que se posicionam contrários às diretrizes do atual governo. A reunião foi organizada pelos senadores Wellington Fagundes (PL-MG), líder do bloco; Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa; Carlos Portinho (PL-MG); e Eduardo Girão (Novo-CE). Além de Bolsonaro, estiveram presentes figuras de destaque como o vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO), e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Entre os temas debatidos, destacou-se o Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os envolvidos nos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas. Bolsonaro expressou otimismo quanto à aprovação da medida na Câmara dos Deputados, afirmando: “Hoje, o que eu sinto, conversando com parlamentares, como os do PSD, é que a maioria votaria favorável; e eu acho que na Câmara já tem quórum para aprovar a anistia” .
Outro ponto de discussão foi a proposta de alteração na Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente criticou a legislação vigente, argumentando que tem sido utilizada para “perseguir” políticos de direita. A proposta em tramitação busca reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade para condenados por abuso de poder político ou econômico, o que poderia beneficiar Bolsonaro em futuras disputas eleitorais. No entanto, ele ponderou que a prioridade, no momento, é a anistia: “Anistia é uma coisa, Lei da Ficha Limpa é outra. Deixa amadurecer um pouquinho mais” .
A reunião ocorre em um contexto delicado para Bolsonaro, que enfrenta a expectativa de uma denúncia iminente por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia está relacionada a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Apesar disso, o ex-presidente demonstrou tranquilidade: “Olha para a minha cara. O que tu acha? Não tenho nenhuma preocupação com as acusações. Zero” .
O encontro reforçou a coesão entre os membros da oposição e delineou estratégias conjuntas para os próximos desafios no cenário político nacional. A unidade demonstrada no almoço sinaliza uma atuação coordenada no Congresso, com foco em pautas que atendam aos interesses do bloco e de seus eleitores.