Wellington Dias citou possibilidade de reajuste do valor, mas Casa Civil rechaçou possibilidade
Uma declaração do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, sobre o governo avaliar um aumento no valor do Bolsa Família em razão da alta de preço dos alimentos, gerou uma nova crise no governo, que tem acumulado desencontros frequentes quando se trata da inflação da comida.
Em entrevista ao portal Deutsche Welle, o ministro afirmou que tomaria “uma decisão dialogando com o presidente” e disse que mexer no valor do repasse do benefício estava “na mesa”. Dias ainda declarou que preparava um relatório para apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até março.
Horas após a divulgação da entrevista, na última sexta-feira (7), a Casa Civil divulgou nota desautorizando Dias, ao negar que exista estudo no governo sobre o tema. De acordo com a pasta, o assunto não está na pauta do governo e não será discutido.
– A Casa Civil da Presidência da República informa que não existe estudo no governo sobre aumento do valor do benefício do Bolsa Família – declarou.
Segundo os técnicos da Casa Civil, além de não haver espaço orçamentário para um reajuste do valor, a medida poderia piorar o cenário inflacionário. No Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) deste ano, ainda pendente de votação pelo Congresso, o governo reservou R$ 167,2 bilhões para o Bolsa Família.
O valor atual do Bolsa Família é de R$ 600, com a possibilidade de adicionais de R$ 150 por criança de até 6 anos, além de R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos.