Testemunhas disseram que uma das vítimas entrou no buraco para recuperar bomba que caiu, mas desmaiou. Outras três pessoas tentaram ajudar, mas também passaram mal; uma vítima foi socorrida em estado gravíssimo.
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Bombeiros socorrem vítimas que caíram em cisterna, em Águas Claras, no DF
Os operários Wanderson Soares da Silva, de 26 anos, e um idoso de 60 anos, que não teve o nome divulgado, morreram, nesta quarta-feira (28), enquanto trabalhavam na cisterna de um prédio, em Águas Claras, no Distrito Federal. Outras duas pessoas ficaram feridas, uma em estado gravíssimo.
Segundo testemunhas, o idoso entrou no buraco para recuperar uma bomba que caiu, mas desmaiou. As outras três pessoas tentaram ajudar, mas também passaram mal. A suspeita é que eles tenham sido contaminados por gases liberados no local. O grupo não usava equipamentos de proteção para o serviço
Desmaiados, os trabalhadores ficaram submersos na água, a uma profundidade de 7 metros, até a chegada da equipe de bombeiros. Para resgatar as vítimas, os militares precisaram usar roupa de mergulho e máscaras para evitar contaminação.
Um dos feridos é um homem de 28 anos, que foi resgatado pelos militares quando já estava na saída da cisterna, apresentando dificuldade respiratória. Ele foi levado consciente para o Hospital Regional de Taguatinga.
O último funcionário, de 24 anos, foi resgatado em parada cardiorrespiratória, mas teve o quadro revertido após uma hora de atendimento dos militares. Ele estava inconsciente e precisou ser encaminhado ao Hospital de Base (IHBDF) de helicóptero, em estado crítico.
Queda de bomba
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Cisterna em que trabalhadores caíram, no DF, tinha cerca de 7 metros de profundidade — Foto: CBMDF/Reprodução
À TV Globo, o pai de Wanderson Soares, Carlos da Silva, contou que duas empresas faziam o serviço no momento do acidente. Segundo ele, a primeira delas foi contratada pelo condomínio para realizar a drenagem da cisterna e a troca de uma bomba de água.
No entanto, ele afirma que a contratada não sabia realizar a troca e, por isso, chamou a empresa em que Wanderson trabalhava, para fazer o serviço. O g1 entrou em contato com as empresas envolvidas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
“Um dos funcionários da empresa contratada pelo condomínio foi tirar a bomba, que caiu lá embaixo. Ele entrou dentro do buraco para poder tirar a bomba, mas desmaiou”, diz o pai da vítima.
Em seguida, os funcionários que desceram para ajudar também passaram mal. De acordo com Carlos, um sargento que participava do resgate informou que a bomba usada libera um gás que não se dissipa, mas se concentra na parte inferior do ambiente.
Falta de equipamento
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Bombeiros resgatam funcionários que desmaiaram em cisterna de prédio em Águas Claras, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
O pai de Wanderson afirma ainda que o filho e os outros funcionários não usavam equipamentos de segurança no momento do acidente. A falta dos acessórios foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.
“O equipamento a ser utilizado para acessar um local desse é um equipamento de proteção respiratória, dotado de cilindro de respiração e máscara”, explicou o tenente Marcelo de Abreu, porta-voz da corporação.
Carlos da Silva afirma que apenas a empresa em que Wanderson trabalhava prestou assistência. Já o condomínio e o outro local contratado não haviam procurado a família até a madrugada desta quinta-feira (29).
Wanderson morava com a esposa em Samambaia. A família do jovem aguarda a liberação do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML) para realizar o sepultamento. Fonte: G1 DF