Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra invade fazenda e critica governo Lula por ‘lentidão’ na reforma agrária

Na quarta-feira, deputado petista ligado ao movimento havia feito discurso na tribuna em que criticou a demora do Palácio do Planalto em atender os sem-terra

Insatisfeito com a demora do governo Lula (PT) nas políticas de reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu na manhã desta sexta-feira uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte. Esta é a primeira ocupação praticada pelo movimento social no ano de 2024 e é comandada por quinhentas famílias da região.

Segundo Luana Oliveira, da direção estadual do MST em Minas Gerais, o movimento de invasão é uma resposta a lentidão do governo federal em atender os interesses dos sem-terra:

— Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legitima de lutar pelo direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão abundante nessa região — diz.

A fazenda ocupada nesta manhã teria sido abandonada pelos proprietários e, portanto, estaria enquadrada nos critérios de improdutividade.

A ação ocorre dois dias após o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), eleito por sua proximidade com o MST, ter criticado o governo Lula na tribuna.

MST invade fazenda em Minas Gerais — Foto: Divulgação/MST

MST invade fazenda em Minas Gerais

(Foto: Divulgação/MST)
 

— Do jeito que está, a minha preocupação é que os movimentos sociais voltem a fazer ocupações de terra. E fazendo as ocupações de terra, não vai caber nem a esta casa, nem ao governo criticá-lo, porque já se passou mais de um ano na expectativa e na espera da reforma agrária, dos assentamentos, dos investimentos — disse.

Em outubro passado, líderes do MST se reuniram com cinco ministros e pleitearam o avanço da reforma agrária. O Planalto, à época, pediu compreensão devido a limitações orçamentárias. 

Fonte: O Globo