Por guerra, Moody’s rebaixa nota de crédito de Israel pela 1ª vez

País sofre as consequências econômicas por ter de se defender ante os ataques terroristas

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou que reduzirá a nota de crédito de Israel, o primeiro rebaixamento na história do país, e também atribuiu uma “perspectiva negativa” a essa determinação.

A classificação de crédito da economia israelense foi rebaixada da máxima de A1 para A2, anunciou a Moody’s no primeiro rebaixamento da classificação de crédito de Israel desde que seus títulos começaram a ser classificados por agências internacionais de de risco de investimento, há cerca de três décadas.

A Moody’s explicou que o rebaixamento foi sacramentado depois de “avaliar o conflito militar em andamento com o Hamas e suas consequências mais amplas, que aumentam materialmente o risco político de Israel, enfraquecem suas instituições executivas e legislativas e sua força fiscal, em um futuro previsível”.

A carga orçamentária da guerra da Faixa de Gaza, os gastos com armas, o pagamento dos soldados e a desaceleração da economia devido à mobilização de mais de 360 mil reservistas que tiveram que deixar seus empregos pesaram sobre o crescimento econômico de Israel e prejudicaram as finanças públicas e a dívida.

A agência também rebaixou a perspectiva da dívida de Israel para “negativa” devido ao “risco de escalada” com o grupo libanês Hezbollah, que é muito mais poderoso que o Hamas e opera ao longo da fronteira norte.

– A economia israelense é forte. O rebaixamento não tem nada a ver com a economia, mas se deve inteiramente ao fato de estarmos em guerra – defendeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma declaração após o anúncio da Moody’s.

Segundo o premiê, “a classificação voltará a subir no momento em que Israel vencer a guerra, e vai vencer”.

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deu início à guerra, a Strandard & Poors já havia rebaixado a perspectiva de crédito de Israel de estável para negativa devido ao risco de uma expansão do conflito, enquanto a outra grande agência de crédito, a Fitch, colocou Israel “em observação negativa” pelo mesmo motivo.

O anúncio da Moody’s foi feito no momento em que o governo de coalizão altera o orçamento para 2024 e o adapta ao tempo de guerra.

O projeto de lei do orçamento de 2024 já foi aprovado em sua primeira leitura na última quarta-feira no parlamento, que terá de votá-lo mais duas vezes antes de ser aprovado.

Os legisladores votaram por 57 a 50 para aprovar o pacote adicional de gastos de guerra de 584 bilhões de shekels (R$ 790 bilhões).

O governo israelense deve aumentar a emissão de títulos para financiar seu déficit orçamentário, que saltou para 4,8% do PIB no final de janeiro de 2024 e deve chegar a 6,6% do PIB até o final de 2024.