Eles são acusados de planejarem um “golpe de Estado”
Entre os alvos da Operação Tempus Veritatis realizada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8) estão generais quatro-estrela que atuaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles são investigados por supostamente planejarem um golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os militares do alto escalão do Exército está Braga Neto, que foi ministro da Casa Civil entre 2020 e 2021 e também foi ministro da Defesa. Em 2022, o general foi escolhido como sair candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.
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No relatório da PF, Braga Neto aparece conversando com o capitão da reserva Ailton Gonçalves Moraes Barros, criticando outro general que não queria aderir ao plano de “golpe”. A PF diz que Barros sugere pressionar o general e Braga Neto concorda e dá a ordem sobre o assunto, pedindo a cabeça do tal general.
O general Augusto Heleno também está na mira da PF, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). Ele é apontado como integrante de um suposto “Núcleo de Inteligência Paralela” do governo Bolsonaro que tinha como função coletar informações que tornassem possível a “consumação do Golpe de Estado”, diz a investigação da PF.
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O terceiro general investigado é Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa que atuou em 2022, quando Braga Neto se tornou candidato à vice-Presidência. Antes disso, ele foi Comandante do Exército e é conhecido por ser um homem de confiança de Bolsonaro.
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Na investigação da PF Nogueira fazia parte do núcleo formado para viabilizar um golpe de Estado. Sua função seria utilizar da alta patente “para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado”, escreve a PF.
Nas conversas das quais a Polícia Federal teve acesso, Nogueira criticava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A PF também diz que o general é autor da “gravíssima manipulação do relatório técnico das Forças Armadas sobre o Sistema Eletrônico de Votação”.
Já o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira foi incluído no inquérito por aparecer em conversas desse suposto grupo. Ele consentiu em participar de um golpe desde que Bolsonaro assinasse a ordem, se comprometendo, como Comandante de Operações Terrestres do Exército, de cuidar das tropas durante o levante.
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As Forças Especiais do Exército ficaram sob suas ordens e elas seriam responsáveis pela prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.