Janaina Paschoal fala da decisão da Arquidiocese no caso Pe. Julio

Para a professora de Direito, a Igreja não investigou a denúncia

A ex-deputada estadual Janaina Paschoal usou suas redes sociais para comentar sobre a decisão da Arquidiocese de São Paulo que resolveu arquivar a investigação envolvendo o padre Julio Lancellotti, alvo de acusações de fazer uma chamada de vídeo para se masturbar para um menor.

Na visão da professora de Direito, a administração da Igreja Católica da capital paulista não tratou o assunto de forma cautelosa, preferindo “arquivar” o caso sem antes investigá-lo.

– Não existe arquivamento de investigação que não ocorreu. Para arquivar por falta de autoria, materialidade ou provas, é preciso apurar primeiro. Ademais, imperioso lembrar que a certeza absoluta é requerida para fins de condenação. Tudo isso para dizer que a Arquidiocese de São Paulo deveria de procedido de forma mais cautelosa – disse.

E continuou:

– Não estou fazendo juízo de valor sobre os fatos em si, porém, diante da guerra de laudos periciais, resta prematuro concluir.

ENTENDA A DECISÃO DA IGREJA
Em nota divulgada na última terça (23), a liderança da Igreja Católica em São Paulo afirmou manter a decisão tomada em 2020, quando o mesmo vídeo foi analisado em uma denúncia feita pelo então candidato à prefeitura, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei. Na ocasião, a Arquidiocese não encontrou indícios de crime, e a nota ressalta que, em caso de novos desdobramentos, o posicionamento será revisto.

A nota destaca ainda a falta de convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia, mencionando um parecer de 2020 do Ministério Público, que também arquivou a acusação. A decisão foi comunicada ao Vaticano.

O padre Julio Lancellotti é alvo de acusações feitas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor do requerimento de CPI para investigar ONGs no Centro de São Paulo.