Senado debate segurança das urnas eletrônicas no país

Izalci ressaltou que o caráter da audiência foi exclusivamente técnico, com o intuito de garantir à população de que o voto é seguro. Ele justificou a iniciativa do debate a partir das várias discussões sobre o tema ocorridas nos últimos anos e, especialmente, durante o processo eleitoral de 2022. Para o senador, é fundamental resolver de vez a questão, sanando dúvidas e dando fim a mitos, para que problemas envolvendo notícias falsas não se repitam em eleições futuras. 

— Urna eletrônica é igual futebol, em que todos querem dar palpites e todos acham saber tudo, coisa que a gente precisa desmistificar. Nós precisamos dar confiança aos nossos eleitores, aos cidadãos brasileiros, de que o voto depositado na urna está sendo respeitado. Portanto, o caráter desta reunião é completamente técnico, diferentemente de outras feitas no Senado semanas atrás; não é partidário nem ideológico. 

Questionamentos

Izalci Lucas também abriu a palavra, para questionamentos, ao deputado José Medeiros (PL-MT), ao servidor da Câmara Rafael Freire e ao empresário Thomas Raymund Korontai, que atua como coordenador nacional de movimento que rejeita o resultado das eleições. As considerações de Medeiros, disse Izalci, serão encaminhadas ao TSE. Ele fez uma série de perguntas sobre os softwares usados no sistema eleitoral. Já Freire apelou às Forças Armadas e reclamou da diplomação dos eleitos pelo TSE. Enquanto Korontai — que no dia 14 de julho esteve em audiência pública da Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC), coordenada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) — afirmou não ter conhecimento técnico para tratar das urnas eletrônicas com os especialistas convidados. Mesmo assim, defendeu a anulação das eleições, que considera “ilegais”.

— Eu não sou técnico e não poderia entrar nesses assuntos de ordem técnica, informática, cibernética, enfim, porque realmente não é… Eu sou do povo, e o povo não entende essas coisas, não é? — declarou o empresário, que defendeu a anulação de todas as eleições e considerou que o Tribunal Superior Eleitoral “desdenhou do Ministério da Defesa”. 

Em resposta, Izalci Lucas ressaltou o caráter técnico da audiência pública.

O senador Eduardo Girão parabenizou Izalci Lucas pela audiência pública com a presença de técnicos do TCU e do TSE. Ele lamentou a ausência de representantes do TSE, do TCU e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) numa outra audiência, promovida por ele em 30 de novembro para discutir o sistema eleitoral, na CTFC. Ele também criticou a atuação do TSE e defendeu o voto impresso.

— Fica difícil a gente buscar a transparência, dar tranquilidade para a população, que quer uma resposta do Senado. Mas o Senado está se movimentando. Está aqui o senador Izalci fazendo esta audiência, ouvindo a sociedade aqui. Não estava nem no script, mas ele abriu a palavra para algumas pessoas que têm dúvidas com relação a isso. E nós vamos insistir: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura — disse Girão.

Fonte: Agência Senado