Gleisi ataca Bolsonaro após ação da PF contra Renato Cariani

Influenciador é sócio de uma das empresas investigadas

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentando ligá-lo à investigação contra o influenciador Renato Cariri, que o apoiou nas eleições de 2022.

Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal realizou uma operação em uma das empresas onde o influencer é sócio para investigar suposto desvio de produtos químicos para produção de drogas.

Para Gleisi, seu desafeto político tem que explicar essa investigação também, por envolver alguém com quem ele já se encontrou em outras ocasiões.

– E o amigo do Bolsonaro, hein? Dono de uma fábrica que fornecia produtos químicos para produção de crack e cocaína, na mira da Polícia Federal. Mas não era a esquerda que tinha relação com o crime? É, Bolsonaro, cada dia um rolo novo pra explicar. Sua hora tá chegando – escreveu a deputada no X, antigo Twitter.

SOBRE A OPERAÇÃO
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, uma operação contra o tráfico de drogas e o desvio de produtos químicos usados na produção de crack. O principal alvo da ação foi a empresa Anidrol, que tem como sócio o influenciador fitness Renato Cariani, cujo perfil no Instagram tem mais de 7 milhões de seguidores.

Além da empresa, o próprio Cariani foi alvo de busca na operação policial. No total, os agentes cumprem 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná. A PF pediu prisão dos envolvidos, o Ministério Público foi favorável, mas a Justiça negou.

O grupo alvo da ação é suspeito de desviar toneladas de um produto químico para produzir entre 12 e 16 toneladas de crack. A investigação sobre o caso começou em 2022, depois que uma empresa farmacêutica multinacional avisou à PF de que havia sido notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela, com pagamento em dinheiro, não declaradas.

Ao denunciar o ocorrido, a empresa farmacêutica disse que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes. Com as informações, a PF identificou que, entre 2014 e 2021, o grupo alvo da operação desta terça teria emitido e faturado notas em nome de três farmacêuticas de grande porte: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica.