Ex-presidente da Caixa: “É preciso enfrentar a misoginia”

Ela foi a terceira mulher do alto escalão do governo a ser trocada por um homem do Centrão

A ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, escreveu uma nota em suas redes sociais se despedindo do cargo. Ela foi demitida pelo presidente Lula nesta quarta-feira (25) para ser substituída por um homem do Centrão.

Serrano comentou sobre os 10 meses que esteve à frente do banco público e falou sobre os ataques que sofreu, convidando as suas seguidoras mulheres a enfrentarem a misoginia.

– Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados – declarou.

Ela também destacou os vários trabalhos que pode gerar neste curto período de atividades e da capacidade de gerir 87 mil empregados diretos da Caixa.

Rita Serrano finalizou a nota agradecendo a todos que trabalharam com ela e também ao presidente Lula que confiou em seu nome para ocupar o cargo.

LEIA NA ÍNTEGRA:
Nesta despedida, venho a público agradecer aos empregados, clientes, parceiros, entidades e ao controlador da Caixa, que contribuíram para que meus 10 meses de gestão à frente do banco resgatassem a autoestima institucional de “ser Caixa”, condição fundamental para viabilizar a nossa missão singular de banco social, que é capaz de atender à população brasileira, especialmente os mais necessitados, e ao mesmo tempo, garantir rentabilidade ao negócio.

Demos um salto de qualidade em diversos âmbitos da presença da Caixa na vida de todos e esse resultado positivo, que nos colocou em um dos melhores momentos da história do banco, é fruto de um esforço de trabalho coletivo. São 87 mil empregados diretos e outros milhares indiretos atuando todos os dias para garantir um atendimento digno aos clientes e à população brasileira.

Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho.

Por fim, o momento é de agradecer a toda a minha equipe, dirigentes, assessores, colegas de trabalho de todo o país, minha família, entidades e, em especial, ao presidente Lula, pela confiança depositada. Presidente, para mim, foi uma honra ter participado do seu governo.

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