Lula só decidiu ir a Araraquara na tarde da véspera do 8/1

Presidente tomou a decisão de deixar Brasília às pressas, horas antes dos atos radicais no DF

O presidente Lula (PT) tomou a decisão de viajar para a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, em cima da hora, na tarde do dia 7 de janeiro, após os envios de diversos alertas de riscos de ataques no Distrito Federal para órgãos do governo. A informação foi revelada em documento disponibilizado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

De acordo com documento exibido pela revista Oeste, Lula resolveu viajar ao interior de São Paulo às pressas, às 16h43 do dia 7 de janeiro, apenas algumas horas antes dos atos radicais que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Araraquara é uma cidade administrada pelo amigo e correligionário de Lula, Edinho Silva (PT), e enfrentava problemas em decorrência das fortes chuvas.

– Posteriormente, no dia 7 de janeiro, às 16h43 min, foi acionada a missão de “apoio a situação de enchentes em Araraquara, em SP”. Frisa-se que, para tal missão, foram utilizadas as mesmas equipes empenhadas no evento privado do presidente da República, em São Paulo – informou o GSI, em ofício.

Segundo o site de aviação Aeroin, Lula decolou do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, às 13h50, e chegou em Gavião Peixoto, às 14h26. A distância entre Gavião Peixoto e Araraquara é de 39 quilômetros e leva aproximadamente 37 minutos.

A movimentação de manifestantes rumo à Praça dos Três Poderes começou às 13h, de acordo com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Mas apenas às 15h os radicais desvirtuaram a proposta da manifestação e romperam o bloqueio policial e se dirigiram ao Congresso Nacional.

Às 15h50, o Palácio do Planalto foi tomado e, em apenas cinco minutos, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a sofrer ataques.

O relatório da Abin evidencia que os órgãos de segurança do governo federal e do Distrito Federal foram avisados sobre o risco de “ações violentas” desde o dia 6 de janeiro.

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