Tebet diz que recondução de Aras a PGR seria um “desastre”

Ministra contraria posicionamento de petistas

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que uma possível recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao cargo seria um “desastre”, contrariando posicionamento de petistas que defendem a manutenção do atual PGR.

O mandato de Aras se encerra em setembro e cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar um nome para o posto.

– Decepcionante [a defesa de aliados ao PT pela recondução de Aras]. E, se isso [a recondução] efetivamente acontecer, ao (sic) meu ver, seria um desastre. E eu ficaria extremamente decepcionada – disse em entrevista à jornalista Míriam Leitão na GloboNews nesta quarta-feira (26).

E completou:

– Fala alguém que votou, em um primeiro momento, na indicação de Aras, mas votou contra a recondução dele justamente por ver que ele estava fazendo o Ministério Público, que é um órgão de fiscalização e controle da máquina pública, uma gestão de subserviência e de aceno político ao presidente de plantão.

Aras foi indicado ao cargo duas vezes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na primeira, em 2019, Aras foi aprovado por 68 votos a 10 no Senado Federal; na segunda tentativa, o placar foi de 55 votos favoráveis, 10 contrários e uma abstenção.

Aras tem virado alvo de críticas cada vez mais duras dos setores que não concordam com sua recondução ao cargo. O procurador, entretanto, tem recebido apoio na sua campanha de recondução de membros dentro do PT como os de seus conterrâneos: o ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Na tentativa de se manter no cargo, Aras tem feito, semanalmente em seu canal no YouTube, desde o início de junho, uma série de vídeos intitulada Principais resultados da gestão de Augusto Aras à frente do MPF.

*AE