Secretário preso por suposta alteração em cartão de vacina de Bolsonaro disse que não tinha “nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família”

Secretário de Cultura e Turismo do município de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, é suspeito de inserir dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Ele está entre os presos da operação Venire, da Polícia Federal.

Brecha teria acessado o sistema do ConectSus e inserido dados de vacinação no Estado do Rio de Janeiro em outubro de 2022, entre o primeiro e o segundo turno da eleição.

Procurado pela reportagem antes de ser preso, Brecha disse que desconhecia qualquer procedimento envolvendo seu nome e que, se fosse notificado, apresentaria resposta às suas indagações. Disse ainda que não tinha “nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 3, na Operação Venire, da Polícia Federal (PF), que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19.

Ex-presidente foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 3, na Operação Venire, da Polícia Federal

As carteiras de vacinação de Bolsonaro, da filha dele, Laura Bolsonaro, e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha, teriam sido adulteradas. A PF ainda investiga os certificados de outras pessoas, como o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

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O secretário de Cultura e Turismo do município de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, é suspeito de inserir dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Ele está entre os presos da operação Venire, da Polícia Federal.

Brecha teria acessado o sistema do ConectSus e inserido dados de vacinação no Estado do Rio de Janeiro em outubro de 2022, entre o primeiro e o segundo turno da eleição.

Procurado pela reportagem antes de ser preso, Brecha disse que desconhecia qualquer procedimento envolvendo seu nome e que, se fosse notificado, apresentaria resposta às suas indagações. Disse ainda que não tinha “nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família”.

Essa suposta falsificação seria para utilizar os cartões de vacinação para entrada nos Estados Unidos, burlando as restrições sanitárias impostas pelo país norte-americano e pelo Brasil. 

Conforme a PF, a investigação indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.

Os dados falsos foram inseridos entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.