Segundo CNN invasores receberam água de militar e cumprimentaram membro do GSI durante ataques do 8 de janeiro

Imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostram um militar dando água mineral e um ex-integrante do GSI apertando a mão de invasores

CNN teve acesso com exclusividade às imagens do circuito interno de 22 câmeras do Palácio do Planalto no dia dos atos criminosos, em 8 de janeiro. Foram mais de 160 horas analisadas.

Em vários momentos, durante as depredações de invasores no Palácio do Planalto, câmeras de segurança mostram um capitão do Exército, integrante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e responsável pela segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

As primeiras imagens do militar — registradas por uma câmera em frente a uma das salas do GSI no térreo — mostram o capitão com terno e crachá. Horas depois, no terceiro andar, o capitão do Exército surge com camisa branca, sem o terno e sem o crachá de identificação.

O mesmo militar aparece circulando entre alguns invasores. Em uma das câmeras, na antessala do gabinete presidencial, o integrante do GSI à época caminha, faz um gesto a uma invasora e abre uma porta.

Em seguida, um grupo de invasores vai atrás do capitão e aparecem nas imagens com garrafas de água mineral.

Em outro momento, outra câmera registra o mesmo militar em outra área no terceiro andar do palácio, ao lado de um relógio quebrado, do século 17.

O capitão do Exército aparece conversando com alguns invasores e, em seguida, os cumprimenta com um aperto de mão.

Outra câmera do terceiro andar, em outro momento, registra o mesmo capitão do Exército tentando conter um dos vândalos. No entanto, o responsável pela segurança não reage quando outro criminoso pega um extintor de incêndio.

Outro vídeo mostra um outro militar fardado entregando garrafas de água mineral para outro grupo de invasores.

Segundo apuração da reportagem, o capitão do Exército e responsável pela segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, atualmente, não integra mais a equipe do GSI.

CNN entrou em contato com o capitão e com o Gabinete de Segurança Institucional, mas até o momento não obteve resposta. A CNN identificou o então integrante do GSI, mas decidiu não revelar nomes e imagens do rosto.