EUA veem tom de antagonismo ao país em falas recentes de Lula

Presidente brasileiro tem adotado postura crítica em relação aos Estados Unidos

As recentes declarações feitas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente aquelas realizadas na China, não agradaram aos norte-americanos. Ao jornal Folha de São Paulo, fontes estadunidenses dizem que Lula tem adotado uma postura de antagonismo em relação aos EUA.

Em território chinês, e até mesmo antes da ida ao país asiático, Lula passou a manifestar posicionamentos que são vistos pelos Estados Unidos, segundo relatos de integrantes do governo americano ouvidos na reportagem da Folha, como uma clara oposição a Washington.

Na China e nos Emirados Árabes Unidos, Lula fez diversas críticas aos norte-americanos como, por exemplo, ao dizer que o país incentiva a continuidade da guerra da Ucrânia, ao atacar a hegemonia do dólar e ao insinuar que os americanos pressionam o governo brasileiro a boicotar a China.

As fontes americanas, por sua vez, negam que o país tenha pressionado o Brasil a não ter relações com o regime de Xi Jinping, mas entendem que Lula e sua equipe de política externa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial de Lula, Celso Amorim, escolheram um tom aberto de antagonismo aos EUA.

Para os estadunidenses, as manifestações de Lula no sentido de que os Estados Unidos prejudicam o fim da guerra, e de que os russos poderiam discutir a anexação da Crimeia, seriam uma repetição fiel ao discurso do Kremlin. Com essas falas, segundo as fontes americanas, a credibilidade do Brasil como mediador do conflito estaria sendo minada.