EUA e Rússia sobem o tom após derrubada de drone

Os Estados Unidos ameaçaram adotar retaliações contra Rússia por causa do drone que foi derrubado ontem no Mar Negro. Em entrevista à CNN, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que as tropas de Vladimir Putin devem ser mais cuidadosas no envio de aeronaves ao espaço aéreo internacional perto dos Estados Unidos.

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que, após o ocorrido, as relações entre os dois países desceram ao nível mais baixo, chegando a um patamar “lamentável”. Também afirmou que os Estados Unidos devem ter mais cuidado em exercícios próximos à Rússia.

Entenda o aconteceu:

Um caça russo SU-27 colidiu com um drone americano Reaper no espaço aéreo internacional acima do Mar Negro, causando a queda da aeronave americana, informou o Pentágono na terça-feira.

O incidente ocorreu depois que o jato russo e outro SU-27 “conduziram uma interceptação insegura e não profissional” do Reaper, incluindo o despejo de combustível no drone e o voo na frente dele “de maneira imprudente, ambientalmente insalubre e não profissional”.

O drone estava realizando reconhecimento quando um dos jatos SU-27 atingiu a hélice do MQ-9 Reaper por volta das 7h03 CET (0603GMT), levando os operadores do drone a derrubá-lo em águas internacionais.

O Comando Europeu dos EUA disse que o incidente “demonstra uma falta de competência, além de ser inseguro e pouco profissional”.

“Nossa aeronave MQ-9 estava conduzindo operações de rotina no espaço aéreo internacional quando foi interceptada e atingida por uma aeronave russa, resultando em um acidente e perda total do MQ-9”, disse o comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa, general James B. Hecker. em um comunicado.

“Este ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves. As aeronaves dos EUA e dos aliados continuarão a operar no espaço aéreo internacional e pedimos aos russos que se comportem de maneira profissional e segura”, acrescentou.

O presidente Joe Biden foi informado sobre o assunto pelo conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, disse a Casa Branca, que sustentou que os EUA não seriam dissuadidos de realizar futuras missões aéreas na região.

“Vamos continuar a voar e operar no espaço aéreo internacional sobre águas internacionais. O Mar Negro não pertence a nenhuma nação, e vamos continuar a fazer o que precisamos para nosso interesse de segurança nacional naquela parte do mundo”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, a repórteres.

O Pentágono disse que o incidente faz parte de um padrão mais amplo “de ações perigosas de pilotos russos enquanto interagem com aeronaves americanas e aliadas no espaço aéreo internacional, inclusive sobre o Mar Negro”, alertando que correm o risco de “erro de cálculo e escalada não intencional”.

Os Estados Unidos convocaram o embaixador da Rússia a dar explicações sobre o episódio.