Cidadãos foram repatriados em fevereiro de 2020, quando a pandemia de Covid-19 começou

A quebra do sigilo do cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi bastante comentada ao longo desta quinta-feira (12), quando foi informado que ele gastou aproximadamente R$ 27 milhões entre janeiro de 2019 e 4 de dezembro de 2022.

O cartão corporativo é um benefício que visa arcar com as despesas pessoais do presidente e também da equipe que viaja com ele. Restaurantes e hotéis de cidades por onde o ex-chefe do Executivo passou, nos últimos quatro anos, aparecem nos extratos do cartão que foram revelados pelo governo Lula.

Nas redes sociais, Bolsonaro explicou que entre os valores gastos por ele com o cartão está os custos da viagem que trouxe os brasileiros que estavam na cidade chinesa de Wuhan em 2020, quando a pandemia de Covic-19 começou.

– Além de ter gasto menos que Lula e Dilma em seus quadriênios de mandatos presidenciais, o cartão corporativo custeou parte do resgate de Brasileiros em Wuhan/China, por ocasião do Covid em 2020 – diz a mensagem compartilhada no Telegram.

Cartão corporativo: Ninguém usou como Lula em eleições

Cálculo foi feito com base em dados divulgados, nesta quinta-feira, pelo governo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: EFE/Andre Borges

Em um cálculo que considera apenas os anos eleitorais, Lula (PT) foi o presidente que teve mais gastos com cartão corporativo, em seus dois primeiros mandatos. Os dados foram revelados, nesta quinta-feira (12), pelo governo federal.

Em valores anualizados, Lula gastou, em 2006 e 2010, R$ 25,7 milhões em compras no cartão pessoal da Presidência. No ano em que ele tentou a reeleição, 2006, os gastos foram de R$ 12,3 milhões. As informações são do site O Antagonista.

Em 2010, o gasto foi de R$ 13,3 milhões. Na época, ele estava apoiando a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência.

Nos anos de 2004 e 2008, quando ocorreram eleições municipais, os gastos também tiveram aumento.

BOLSONARO GASTOU MENOS
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou menos com cartão corporativo que Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT). Os números, que são da Secretaria-Geral da Presidência da República, foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação pela agência de dados Fiquem Sabendo.

Durante seus quatro anos como chefe do Executivo, Bolsonaro utilizou R$ 27.621.657,23 do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPFG), conhecido popularmente como cartão corporativo. Corrigido pela inflação, o valor é de R$ 32.659.369,02.

A quantia é mais de R$ 15 milhões inferior aos gastos efetuados durante o segundo governo de Lula, entre 2007 e 2010, que somaram R$ 47.943.615,34 com o valor corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No primeiro governo do petista, entre 2003 e 2006, o montante foi ainda maior: R$ 59.075.679,77.

As despesas do cartão corporativo na gestão Bolsonaro também foram menores que o primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com os números divulgados pela Secretaria-Geral da Presidência, a “fatura” entre 2011 e 2014 ficou em R$ 42.359.819,13.

Confira os gastos com cartão corporativo nos últimos seis governos, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual:

Primeiro governo de Lula – R$59.075.679,77
Segundo governo de Lula – R$47.943.615,34
Primeiro governo de Dilma – R$42.359.819,13
Segundo governo de Dilma – R$10.212.647,25
Michel Temer – R$15.270.257,50
Jair Bolsonaro – R$32.659.369,02