‘As Forças Armadas não são poder moderador como eles pensam que são’, diz Lula

Matéria no site Terra traz o destaque que, Em café com jornalistas no Palácio do Planalto, presidente afirma que descartou decretar uma GLO para não transferir seu poder de governar a um general e acusou Bolsonaro de ter criado clima “negacionista” entre os militares

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou hoje que descartou decretar o instrumento da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em reação aos protestos de extremistas para não abrir mão de sua responsabilidade de governar.

Com críticas à participação de militares o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que as Forças Armadas não são poder moderador.

Aliados de Bolsonaro defendiam a tese, que não está prevista na Constituição, de que os militares poderiam fazer uma intervenção por conta de supostas fraudes, nunca comprovadas, no processo eleitoral de 2022.

“As Forças Armadas não são poder moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas tem um papel definido na Constituição que é a defesa do povo brasileiro e a defesa da nossa soberania contra conflitos externos. É isso que eu quero que eles façam bem feito”, disse Lula, em café com jornalistas no Planalto.

O presidente disse que já conversou com os comandantes das três Forças sobre o que entende como o papel dos militares e expôs sua contrariedade com o que Bolsonaro fez das Forças Armadas durante sua gestão.

“Eu disse para eles que nunca imaginei que tivéssemos um presidente que tivesse sido expulso das Forças Armadas por má conduta e ao assumir a presidência da República tivéssemos criado um clima negacionista dentro das Forças Armadas”, disse.

Aos comandantes, Lula criticou o envolvimento das Forças Armadas no processo de fiscalização das urnas eletrônicas. “Eu disse aos Comandantes: o que explica uma comissão de general ir cuidar de urna eletrônica? Qual a lógica? Quem tem que cuidar da democracia são os partidos, a sociedade”.

“Os tanques estavam protegendo o acampamento. O general me ligou dizendo para que não entrasse no acampamento de noite que era perigoso”, contou o presidente. O clima de desconfiança perdura no governo e, até o momento, Lula sequer conta com ajudantes de ordem militares.

O presidente descartou a possibilidade de demitir o ministro da Defesa, José Múcio. O cargo tem sido cobiçado pelo PT desde o período da transição e Múcio passou a ser criticado por defender publicamente o direito de manifestação dos acampados na frente dos quartéis.

“Quem coloca ministro e tira sou eu. José Múcio vai continuar. Se eu tirar ministro cada vez que cometerem um erro vai ser a maior rotatividade de mão de obra do Brasil”, disse Lula.

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