Zelensky diz que Rússia prepara nova mobilização em grande escala para guerra na Ucrânia

This handout photograph taken and released by the Ukrainian Presidential Press Service on September 30, 2022, shows Ukraine's President Volodymyr Zelensky leading a meeting of the National Security and Defence Council in Kyiv. - Ukrainian President Volodymyr Zelensky warned on September 30, 2022 that he would not negotiate with Russia as long as President Vladimir Putin is in power, after Putin annexed four Moscow-occupied Ukrainian regions. (Photo by HANDOUT / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / Ukrainian Presidential Press Service" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

Aumentam rumores de nova mobilização na Rússia, mas autoridades russas negam a necessidade de aumentar convocações

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na última terça-feira (3) que Moscou está planejando uma mobilização em grande escala e está pronta para lançar uma grande ofensiva. Anteriormente, a Rússia negou que esteja mobilizando mais tropas.

A declaração do Zelensky, segundo ele, aconteceu no contexto de conversas telefônicas com os primeiros-ministros do Canadá, Holanda, Grã-Bretanha e Noruega, que ele teve em 3 de janeiro. “Agora é o momento em que, junto com nossos parceiros, devemos fortalecer nossa defesa”, afirmou.

“Não temos dúvidas de que os atuais senhores da Rússia abandonarão tudo o que lhes resta e todos que puderem reunir para tentar virar o jogo na guerra e pelo menos adiar sua derrota. Devemos frustrar esse cenário russo. […] Qualquer tentativa de sua nova ofensiva deve falhar”, disse o presidente ucraniano. 

Zelensky não especificou quais “processos de mobilização” a Rússia estaria preparando e quando eles devem começar.

Em 30 de dezembro, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, disse que no início de janeiro as autoridades russas fechariam as fronteiras para os homens, declarariam a lei marcial e iniciariam outra onda de mobilização. Já Kirill Budanov, chefe do principal departamento de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, afirmou que uma nova onda de mobilização supostamente começaria em 5 de janeiro.

Nem Reznikov nem Budanov explicaram de onde obtiveram essas informações. Ao mesmo tempo, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, em seu relatório de 31 de dezembro, informou que havia dados de que listas de pessoas sujeitas ao recrutamento para mobilização em janeiro de 2023 haviam sido formadas no território da Crimeia, controlado por Moscou.

A primeira onda de mobilização parcial de cidadãos russos para a guerra na Ucrânia foi anunciada por Vladimir Putin em 21 de setembro. A medida atingiu os militares na reserva e aqueles que serviram nas Forças Armadas. No total, segundo dados oficiais, mais de 300 mil pessoas foram convocadas para realizar treinamento e serem enviadas para a frente de batalha.

Rússia nega necessidade de mobilização

Apesar do aumento dos rumores sobre uma possível nova onda de mobilização na Rússia, as autoridades do país vêm negando a necessidade aumentar os processos de convocação. 

Em 28 de outubro, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou que a mobilização parcial havia sido concluída. No entanto, não foi publicado oficialmente o decreto do presidente da Rússia sobre a conclusão da mobilização. Em 9 de dezembro, Putin disse que não havia necessidade de mobilização adicional na Rússia hoje.

Na última terça-feira (3), o deputado do Comitê de Defesa da Duma Estatal (Câmara baixa do parlamento russo), Andrey Gurulev, afirmou que não há pré-requisitos para uma segunda onda de mobilização pelo menos nos próximos seis meses. 

“Não há pré-requisitos e condições para isso. Mesmo aqueles que foram mobilizados anteriormente ainda não estão totalmente comprometidos com a batalha. Bem, nossa indústria também deve atingir esses marcos quando for capaz de fornecer a próxima onda de mobilização. Minha opinião é que é simplesmente ineficiente fazer isso nos próximos seis meses”, disse o deputado.

Edição: Arturo Hartmann