No Senado, ex-desembargador pede prisão de Alexandre de Moraes e é aplaudido de pé

A fala foi seguida por palmas de parlamentares que estavam no local.

O ex-desembargador do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) Sebastião Coelho pediu a prisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Alexandre de Moraes, durante uma sessão da CTFC (Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor) no Senado Federal. Após a declaração, Coelho foi aplaudido de pé por parlamentares bolsonaristas que acompanhavam a discussão.

Em agosto, o então vice-presidente do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) anunciou a aposentadoria em sessão e disse que a sua saída do cargo foi uma reação ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao discurso de Moraes na posse como presidente da Corte Eleitoral.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) foi o responsável por solicitar e presidir a sessão para discutir a fiscalização das inserções de propagandas politicas eleitorais. Antes de chamar o ex-desembargador para falar, Girão disse que o Brasil vive um “caos institucional”, com “pessoas desesperadas” e “a gente precisa levar luz e dar uma resposta”.

Eu fui a uma manifestação e quero dizer que não conhecia ninguém de lá, voltava de viagem, passei pelo local, vou dar uma olhada, e no domingo resolvi ir, resolvi falar. Na hora que cantou o hino nacional e todos com a mão na boca, depois três minutos de silêncio, eu pedi a palavra e falei naquele momento e defendi a prisão de Alexandre de Moraes.

A fala foi seguida por palmas de parlamentares que estavam no local.

Coelho continuou afirmando que não tem redes sociais, mas foi avisado por sua filha que uma pessoa disse que daria três dias e o ex-desembargador se retrataria pela declaração.

“Eu estou aqui reafirmando ao invés de me retratar”, completou.

Mesmo antes de terminar a frase, parlamentares bolsonaristas se levantaram para aplaudi-lo e a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) chegou a assoviar com os dedos após a declaração.

Pouco antes, o ex-desembargador falou que Moraes “fez uma declaração de guerra ao país”.

“Ele [Moraes] está guerreando contra o país. Está vencendo algumas lutas, mas eu creio que ele não terá a vitória final. A vitória final será do povo brasileiro. (…) É consenso nacional que o senhor Alexandre de Moraes já praticou muitos crimes. Ele exerce a função de promotor de justiça, procurador da República, Juiz de Direito, delegado de polícia. Isso é usurpação de função pública”, completou.

No início da fala, o ex-desembargador chamou a deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) de “amiga” e disse que o parlamentar Otoni de Paula (MDB-RJ) seria mais uma “vítima”. Na ocasião, sem provas, o ex-desembargador também colocou em dúvida o sistema eleitoral.