Chineses pedem renúncia de Xi, contra política ‘covid zero’

Manifestantes chineses contrariados com as rígidas medidas da política “Covid zero” pediram, neste domingo (27), a renúncia do presidente da China, Xi Jinping.

Desde sábado (26), autoridades de pelo menos oito cidades lutam para suprimir as manifestações contra o Partido Comunista. Os atos estão sendo considerados a demonstração de oposição mais difundida em décadas contra o partido governista.

“Todo mundo pensa que os chineses têm medo de sair e protestar, que não têm coragem” disse um manifestante, em condição de anonimato, acrescentando que foi sua primeira manifestação.

E acrescentou:

“Na verdade, no meu coração, eu também pensava assim. Mas aí quando eu fui lá, descobri que o ambiente era tal que todo mundo estava muito valent.

Os manifestantes preferem não se identificar por medo de sofrer represálias.

Em Pequim, um grupo de cerca de 200 pessoas se reuniu num parque no lado leste da capital e ergueu folhas de papel em branco, como símbolo de desafio contra a censura generalizada do partido governista.

” A política de bloqueio é tão rígida” disse outro manifestante, identificado como Li.

Usando spray de pimenta, a polícia afastou manifestantes em Xangai que pediam a saída de Jinping e o fim do regime de partido único, mas horas depois as pessoas se reuniram novamente no local. A polícia mais uma vez interrompeu a manifestação, e um repórter viu manifestantes presos sendo levados em um ônibus

Em um vídeo do protesto em Xangai verificado pela Associated Press, cantos contra Jinping, o líder mais poderoso desde pelo menos a década de 1980, e o Partido Comunista Chinês soaram altos e claros: “Xi Jinping! Desça! PCC! Baixa!”.

Três anos após o surgimento do novo coronavírus, a China é o único país que ainda tenta impedir com muito rigor a transmissão da Covid-19. A sua estratégia “Covid zero” suspendeu o acesso aos bairros por semanas a fio. Algumas cidades realizam testes diários de vírus em milhões.

Isso manteve os números de infecção da China mais baixos do que os Estados Unidos e outros países, mas a aceitação do público diminuiu. Mas as pessoas em quarentena em casa relatam que falta comida e remédios.