Bolsonaro sobe o tom contra STF: “Chega de bananas e demagogos na política”

Durante evento com empresários em São Paulo, nesta terça-feira (14/6), o presidente Bolsonaro fez novo ataque aos ministros do Supremo e questionou o que chamou de “poder absoluto”

(crédito: Emiliano Capozoli/Appex Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a subir o tom com críticas a decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (14/6).

Durante discurso na abertura do 5º Fórum de Investimentos Brasil 2022, em São Paulo, o chefe do Executivo disse que há “bananas” e “demagogos” na política brasileira. A fala ocorreu enquanto Bolsonaro questionava a demarcação das terras indígenas.

“O Fachin resolveu… Se hoje em dia amanhecer um índio deitado aqui na frente, isso aqui passa a ser terra indígena. Nós, que já temos a região Sudeste demarcada como terra indígena, caso seja aprovada, teremos mais uma área do tamanho da região Sul.

[…] Acabou o agronegócio, acabou a segurança alimentar! E o que resta para mim uma vez o Supremo tendo decidido isso?”, indagou.

“Chega de bananas na política brasileira, de demagogos que ficam falando bonito para vocês e por trás fazem outra coisa completamente diferente”, atacou o presidente, referindo-se ao PL 490, que busca alterar o processo de demarcação dos territórios indígenas.

Além de Fachin, o chefe do Executivo teceu críticas aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, ex-presidente e futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro questionava o fato do voto impresso não ter sido aprovado na Câmara dos Deputados em agosto do ano passado.

“O ministro Barroso, no ano passado, vai para dentro da Câmara dos Deputados se reunir com 11 líderes partidários e, no dia seguinte, a composição dos integrantes da Comissão Especial que analisava o voto impresso muda de representantes? E daí perdemos na Comissão”, comentou.

Bolsonaro ainda sinalizou que, apesar de ter ido para votação em plenário, a proposta não obteve os 308 votos mínimos necessários para aprovação.

“Interferência! Se fazem tudo isso, vocês querem mais sinais do que pode acontecer no Brasil?”