DF: Dez novas escolas vão atender quase 9 mil alunos da rede pública

Com investimento de R$ 91 milhões, unidades estão em processo de licitação e ajudarão a reduzir o déficit de vagas no ensino

“A expectativa é iniciar todas as obras até o final do primeiro semestre, talvez antes, e que a maioria seja concluída em 2023” – Leonardo Balduino, subsecretário de Infraestrutura Escolar da Secretaria de Educação

Na semana em que é comemorado o Dia da Escola, a Agência Brasília mostra uma série de ações do Governo do Distrito Federal (GDF) para cuidar das instituições de ensino da rede pública. Desde 2019, já são 16 unidades novas entregues, além de 20 obras que estão em andamento e outras dez em estágio de licitação. Isso sem contar a reforma em todas as escolas do DF, melhorando e ampliando o atendimento aos estudantes.

As dez novas escolas em licitação terão capacidade para atender 8.752 alunos da rede pública de ensino. O investimento nessas unidades é superior a R$ 91 milhões, e a previsão é que todas essas obras comecem ainda em 2022 e sejam concluídas no próximo ano. A lista inclui as primeiras unidades públicas do bairro Jardins Mangueiral e a reconstrução de três escolas em Samambaia – as escolas classe 425, 415 e 410 (veja quadro abaixo).

Para se ter uma noção do tamanho dessas novas estruturas, as dez escolas vão ocupar uma área total construída de 35,5 mil m², o equivalente a cinco campos de futebol do Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Uma enorme área que atende a uma grande demanda por vagas, que a Secretaria de Educação (SEE) tem trabalhado para suprir.

Samambaia é a região administrativa com mais escolas na lista: quatro. Além das escolas classe 425, 415 e 410, a cidade também vai ganhar uma creche na Quadra 217. Juntas, elas vão atender mais de 3,5 mil alunos.

“Consideramos em licitação as obras que já estão contratadas, obras que estão prestes a ter contrato assinado, que têm o vencedor da licitação ou que estão no início do processo licitatório. A EC 425 de Samambaia, o Cepi [Centro de Ensino de Primeira Infância] da Estrutural e o CED do Jardins Mangueiral devem iniciar as obras nas próximas semanas, por exemplo. A expectativa é iniciar todas as obras até o final do primeiro semestre, talvez antes, e que a maioria seja concluída em 2023”, explica o subsecretário de Infraestrutura Escolar da SEE, Leonardo Balduino.

Jardins Mangueiral ganha primeiras escolas

A região do Jardins Mangueiral também será beneficiada com as obras. As unidades são consideradas de fundamental importância, uma vez que o bairro não dispõe de escolas públicas e reúne atualmente cerca de 12 mil pessoas, além de integrar a Região Administrativa do Jardim Botânico, que contabiliza mais de 100 mil moradores. No planejamento da SEE, serão erguidas três unidades para atender mais de 3,5 mil alunos: o CEF Mangueiral, o CED Jardins Mangueiral e a EC Jardins Mangueiral.

Outra região que também será contemplada é a Cidade Estrutural. Por lá, o Cepi – estrutura também chamada de creche – vai atender 94 alunos. Além de Samambaia e Estrutural, Taguatinga vai ganhar um Cepi, com capacidade para 188 alunos. A unidade será erguida no Setor J. A lista das dez novas escolas conta ainda com um Centro de Ensino Fundamental no Sol Nascente. Essa escola vai abrigar 1,4 mil alunos.

A rede pública de ensino dispõe de 686 escolas e conta com mais de 430 mil alunos matriculados. Dentro da sua estrutura, a SEE mapeia a necessidade de cada regional de ensino para abertura de novas vagas e também para a construção de escolas. Um trabalho que ganhou força nos últimos três anos.

A Escola Classe Juscelino Kubitschek, no Sol Nascente, atende mais de 900 alunos de quatro a dez anos, da educação infantil e do ensino fundamental | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

“De 2019 a 2021, entregamos 24 obras. Destas, 16 são de escolas e as outras são de reconstrução de muro e de cobertura de quadra. A maioria é de creches – sete –, quatro centros de línguas, um centro de ensino fundamental – a reconstrução do CEF 01 da Vila Planalto –, duas escolas classes – EC JK, no Sol Nascente, e a reforma da EC 01 do Porto Rico, em Santa Maria -, a Escola Escola Técnica de Brazlândia e um centro de ensino infantil em São Sebastião. Temos 161 salas de aula entregues que têm capacidade para atender quase 17 mil alunos – um investimento de R$ 66 milhões”, explica Balduino.

Além das obras entregues e das que vão ser licitadas, o GDF trabalha em 20 escolas com obras em andamento ou praticamente finalizadas. Esse grupo conta com 278 salas de aula para atender 17,7 mil alunos e um investimento de quase R$ 138 milhões.

O CEF 01 da Vila Planalto foi reconstruído, beneficiando mais de 600 estudantes

O CED Águas do Cerrado, em Planaltina, é um exemplo desse trabalho. O local, onde funcionaria um albergue público e que acabou abandonado desde 2014, está prestes a ser inaugurado e abrir as portas para 900 alunos. A Escola Classe 52 de Taguatinga também está em vias de ser entregue para receber 1.254 alunos.

Ian Ferraz,

Fonte: Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes

GDF vai construir duas escolas no Sol Nascente

Com recursos de quase R$ 11,6 milhões, obras fazem parte de ações para o fortalecimento da educação; outras 67 unidades passam por reforma

Novas unidades abrirão vagas para 1,8 mil estudantes

Com 97 escolas em atividade, Ceilândia é a região administrativa (RA) com a maior regional de ensino no Distrito Federal. São quase 8 mil servidores da educação na cidade, entre professores, coordenadores, técnicos e auxiliares – uma equipe bastante afiada que atende aproximadamente 90 mil alunos em todos os segmentos, do ensino médio ao fundamental, passando pelos grupos infantis. Esse número aumentará ainda mais com a recuperação e criação de novos espaços na RA. Duas dessas novas unidades educacionais serão erguidas, em breve, no Sol Nascente/Pôr do Sol, abrindo vagas para 1,8 mil estudantes.

“São obras sequenciais que serão realizadas no Trecho 1 do Sol Nascente, próximo à administração”, adianta o coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, Carlos Ney. “Serão um centro de ensino fundamental [CEF] e um centro educacional [CED], e uma dessas obras já foi licitada – já tem até a empresa que vai fazer a obra, mas ainda não começou a construção. Essas obras são muito importantes porque atendem demandas antigas dessa comunidade, fortalecendo e ampliando o aprendizado no DF.”

Conforme anunciado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), o terreno destinado ao CEF é de 7.373,67m² e terá área construída em três pavimentos de 5.110,16 m². Ao todo, serão 20 salas de aula, além de sala de artes cênicas, música, leitura, artes plásticas, multiuso, multimídia e um grêmio estudantil.

O CEF do Sol Nascente contará ainda com salas de apoio pedagógico, cozinha industrial e refeitório, assim como vestiários e sanitários, área administrativa, além de pátio coberto e laboratórios. Também serão construídos uma caixa-d’água, bicicletário, guarita, estacionamento, parquinho infantil e uma quadra coberta. O valor total da obra está estimado em quase R$ 11,6 milhões, recursos vindos tanto do governo local quanto do federal.

Obras no CEM 10 de Ceilândia incluem reforço com 151 pilastras | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Há dois anos morando na cidade, a dona de casa Alcione de Jesus Silva, 37 anos, torce para que, no futuro, seu filho Felipe, 3 anos, estude nas novas unidades que estão prestes a sair do papel. “Não sabia da construção dessas escolas; a cidade precisa muito, serão muito bem-vindas”, diz. “Conheço muitos pais aqui da cidade que matricularam seus filhos em outras cidades por falta de vaga aqui.”

Reformas

Construído em 1994, o Centro de Ensino Médio (CEM) 10, que abrigava quase 900 alunos, passa por reforma geral. O valor inicial do investimento vindo do GDF para reformas básicas era de R$ 5,07 milhões, mas, como foram encontrados problemas estruturais no prédio, um adicional será acrescentado. No momento, cerca de 20 homens de empresa terceirizada contratada trabalham no local.

“É uma escola importante pela quantidade de estudantes que atende, não apenas aqui de Ceilândia, mas de cidades do Entorno também” – Carlos Ney, coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia

Entre os serviços a serem feitos para edificação da nova escola, está o reforço com 151 pilastras. “É uma escola importante pela quantidade de estudantes que atende, não apenas aqui de Ceilândia, mas de cidades do Entorno também”, explica o coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia. “Aqui atendemos muitos estudantes de Águas Lindas.”

Provisoriamente, os alunos do CEM 10 estão estudando na Escola Classe 24, do P Norte. De segunda a sexta, ônibus escolares disponibilizados pela Secretaria de Educação (SEE) levam e buscam os estudantes até o colégio temporário.

A enfermeira Kelly de Almeida, 45 anos, é mãe de duas pré-adolescentes que estudaram no antigo edifício do CEM 10. Lembrando que a reforma total do espaço era bastante esperada pela comunidade local, ela diz não ver a hora de ter suas meninas de volta à instituição. “Realmente estava precisando de uma boa reforma, nem acreditava mais que fosse acontecer”, afirma. “O CEM 10 é um lugar querido. Muitas pessoas passaram por aqui, é uma escola emblemática para a cidade”.

Reparos frequentes

“A gente entende a estrutura física como parte das ações pedagógicas” – Fernando Tiago de Souza Guedes, diretor da Escola Classe 45 de Ceilândia

Graças aos recursos vindos de emendas parlamentares por meio do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (Pdaf), manutenções e melhorias paliativas em escolas do DF são feitas constantemente. Só no ano passado, nas 97 escolas em atividades em Ceilândia, foram empregados quase R$ 20 milhões em recursos para serviços como reforma de banheiros, cobertura de quadras, aquisição de aparelhos de ar-condicionado, mudanças de rede elétrica e melhorias de laboratórios de informática.

Segundo o assessor de coordenação da Regional de Ensino de Ceilândia Luís Caio Ramos Bezerra, atualmente há 67 contratos ativos de ações como essa na cidade. “Com essa ferramenta, em pouco tempo, a estrutura física de uma escola pública vai ficando mais compatível e competitiva em relação a uma escola particular”, pontua.

Uma dessas instituições de ensino que fizeram bom uso dos recursos do Pdaf em Ceilândia foi a Escola Classe 45, que abriga 715 alunos. Por meio desse instrumento, quase R$ 300 mil de emenda parlamentar foram direcionados na atual gestão à construção da cobertura da quadra, que ganhou um novo muro, reforma do parquinho, além da pavimentação da entrada principal da escola. “Nós usamos muito bem os recursos do Pdaf aqui”, salienta o diretor da unidade, Fernando Tiago de Souza Guedes. “A gente entende a estrutura física como parte das ações pedagógicas. Tudo que fazemos na escola é em função do pedagógico.”

A ajuda da comunidade também é bem-vinda e se materializa não apenas por meio de doações de produtos, mas graças a ações voluntárias como a do mineiro Sebastião Alves Cândido, 63, há 15 anos atuando para manter a escola limpa e organizada. Trocando uma torneira aqui, capinando um jardim ali ou mesmo pintando a fachada do muro, ele sempre faz questão de ajudar. “Todos os meus filhos estudaram aqui, e agora é meu neto”, conta. “Gosto de ajudar as pessoas, e temos que preservar os patrimônios públicos da cidade. É uma forma de retribuir o que esse lugar nos deu. Tenho orgulho de ser amigo dessa escola.”

Lúcio Flávio,
Fonte: Agência Brasília | Edição: Chico Neto