‘Maníaco em série’: começa júri popular de Marinésio Olinto por assassinato de funcionária do MEC, em Brasília

Marinésio de Sousa Olinto — Foto: Polícia Civil do DF/Divulgação

O Tribunal do Júri de Planaltina julga, nesta segunda-feira (21), o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto. Ele se tornou réu pela morte da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado de Melo, de 26 anos, assassinada em 23 de agosto de 2019, no Distrito Federal.

Após a morte de Letícia, uma série de denúncias de crimes cometidos pelo homem foi descoberta pelas forças de segurança. À época, policiais passaram a chamar Marinésio de “maníaco em série”. O G1 entrou em contato com defesa do réu, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

A sessão estava marcada para as 9h. Em nota, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) comunicou que o processo está em segredo de Justiça e que a sessão será fechada. Segundo o órgão, o juiz vai disponibilizar a sentença após o julgamento.

Letícia foi a primeira vítima confirmada do acusado. O corpo da advogada foi encontrado em 26 de agosto, três dias depois do desaparecimento dela. O caso levou à descoberta de pelo mais uma dezena de vítimas de estupro pelo cozinheiro, acusado também da morte de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos.

Advogada Letícia Sousa Curado Melo foi uma das vítimas de Marinésio dos Santos Olinto, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Advogada Letícia Sousa Curado Melo foi uma das vítimas de Marinésio dos Santos Olinto, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

A jovem foi abordada por Marinésio em uma parada de ônibus. Ela ia para o trabalho, na Esplanada dos Ministérios, quando decidiu entrar no carro do homem, que se identificou como motorista de transporte pirata.

Júri popular

O júri popular ocorre em casos de crimes dolosos contra a vida, sejam eles tentados ou consumados, como homicídio, infanticídio, aborto ou participação em suicídio.

Durante o julgamento, os jurados determinam se de fato ocorreu crime e, neste caso, se Marinésio é o autor do assassinato de Letícia. Se a resposta for positiva para as duas perguntas, haverá uma terceira decisão: condenar ou absolver o réu.

Se o júri decidir pela condenação, a fixação da pena é de responsabilidade exclusiva do juiz. A decisão inclui um cálculo técnico, que leva em consideração as questões específicas do crime.

Acusação e defesa

Fachada da sede do Ministério Público do Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Gabriel Luiz/G1

Fachada da sede do Ministério Público do Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Gabriel Luiz/G1

O promotor de Justiça Nathan da Silva, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), afirma que, além do crime de feminicídio, Marinésio responde por furto, tentativa de estupro e ocultação do cadáver de Letícia. “Pode receber pena que ultrapassa os 40 anos de prisão”, diz.

“Trata-se de um crime caracterizado pelo desprezo à figura feminina. Um verdadeiro crime de ódio contra as mulheres”, disse.

Na sexta-feira (18), o advogado de Marinésio, Marcos Venício Fernandes Arêdes, afirmou que o trabalho da defesa será no sentido de retirar qualificadoras do crime, como feminicídio, motivo torpe e falta de impossibilidade de defesa. Além disso, o advogado nega que o cliente tenha furtado Letícia.

“Todas qualificadoras vão ser discutidas pelo júri. Ele é réu confesso, e vamos fazer com que tenha uma pena justa, de acordo com o que ele fez, nem a mais e nem a menos,” afirmou. Fonte: G1 DF