Prioridade para alta patente: comandante-geral e oficiais da PMDF são vacinados na frente de 8 mil praças

Policiais militares que participar㯠da seguran硠dos jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro.

Segundo reportagem do site metrópoles, Julian Pontes e outros oficiais aproveitaram a mudança nas regras de utilização das “xepas” para ter preferência na campanha de imunização

Integrantes de alta patente da Polícia Militar do Distrito Federal, incluindo o comandante-geral da PMDF, receberam a vacina contra a Covid-19 – antes que, pelo menos, 8 mil praças da corporação pudessem ser imunizados.

Esses oficiais aproveitaram uma mudança recente nas regras de utilização das doses remanescentes de vacinas, chamadas de “xepa”, para ter prioridade na campanha de imunização

Na tarde de quarta-feira (31/3), o comandante-geral da PMDF, coronel Julian Rocha Pontes (foto em destaque), de 47 anos, tomou uma dose da vacina na UBS 1 da Asa Sul.

A PM confirmou a informação e acrescentou que “outros policiais militares” foram imunizados, de acordo com a circular vigente da Saúde do DF, que passou a valer na segunda-feira (29/3).

A comunicação da PM, no entanto, não especificou quem foram os outros policiais vacinados.

Circular

A norma em vigor desde o dia 29 de março alterou as regras até então adotadas para a distribuição de xepas da vacina. Antes dessa data, valia o que estava previsto na Circular nº 9, também editada pela Secretaria de Saúde do DF. O documento estabelecia que as sobras dos imunizantes deveriam ser aplicadas de acordo com as seguintes prioridades: trabalhadores de saúde, idosos, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores da Educação e, por fim, integrantes das forças de Segurança. Ou seja, sete grupos tinham preferência na vacinação, anteriormente.

Com a mudança nas regras, vigente desde o dia 29, essa dinâmica foi totalmente alterada. As sobras das vacinas foram integralmente destinadas às forças de Segurança. A Circular nº 67 apresenta, como uma das justificativas para a decisão, a transparência no uso das doses.

Com a utilização de termos como: “que exercem as atividades de rua”, ” com apoio nas fiscalizações diuturnamente no combate às aglomerações”, “distribuições e escoltas das vacinas”, “segurança e manutenção da ordem nos postos de vacinas”, “organização dos trânsitos dos drives”, “para aqueles que estejam em serviço”, “prestando apoio na segurança local”, a própria circular da Saúde estabelece que a prioridade é para os policiais da linha de frente.

Não há, no texto, nenhum trecho indicando que oficiais que exercem cargos administrativos teriam preferência no recebimento dessas doses.

A vacinação de oficiais de alta patente ocorre em meio a uma onda de mortes de policiais militares que atuam na linha de frente do combate à criminalidade. Pela função de policiamento ostensivo que exercem, soldados, cabos, sargentos, suboficiais e oficiais menos graduados, como tenentes e capitães, ficam totalmente expostos à contaminação pelo vírus.

Desde o início da pandemia, pelo menos 40 PMs morreram vítimas da Covid-19 na capital – a maioria, praças.

O que disse a PMDF:

A Polícia Militar informa que não só o comandante-geral, como outros policiais militares, desde a data de ontem [quarta-feira], respaldados na Circular 67 da Secretaria de Saúde, estão sendo vacinados com as doses remanescentes. Importante registrar que a vacinação ocorre após as 17h, com total observância dos critérios e normas inerentes à situação. Ademais, cabe registrar que, dentre os policiais militares que se vacinaram, o comandante-geral era um dos mais velhos. Por fim, registra-se que quaisquer dúvidas poderão ser sanadas junto à Subsecretária de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Saúde.”

Confira matéria completa no site Metrópoles.