Orçamento de 2021, reajuste de impostos e eleição da Mesa Diretora: distritais definem últimas votações de 2020

Sessão Extraordinária Remota na CLDF, em imagem de arquivo — Foto: Reprodução

Parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) estão com prazo apertado para a votação de projetos que não podem ficar pendentes para 2021. Em 15 de dezembro, encerram as sessões parlamentares deste ano na Casa.

Até essa data, os distritais precisam aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021. Se não analisarem a proposta, ficam impedidos de entrar em recesso. Outras pautas prioritárias que também devem ser votadas nas próximas duas semanas são reajustes de impostos e as eleições da Mesa Diretora.

Caso as votações saiam como o planejado, os trabalhos só serão retomados no ano que vem. “Após o dia 15 de dezembro, a Casa funciona administrativamente. A volta ocorre em 2 de janeiro”, explica o vice-presidente da CLDF, deputado Delmasso (Republicanos).

Orçamento 2021

O principal projeto que precisa ser votado este ano é o da Lei Orçamentária Anual de 2021. Na quinta-feira (3), a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da CLDF aprovou parcialmente a proposta, de R$ 28,41 bilhões. Ao todo, quatro pareceres foram aceitos de forma unânime. O projeto deve ser levado a plenário em 15 de dezembro.

De acordo com a proposta, o GDF prevê arrecadar só com impostos, no ano que vem, R$ 16,6 bilhões de reais. O número representa aumento de cerca de R$ 700 milhões em relação ao arrecadado em 2020. Os outros 12 bilhões em recursos devem vir de operações financeiras e outras formas de receita.

Do total arrecadado, o governo local pretende gastar R$ 15,2 bilhões com o pagamento de servidores. Outros R$ 8 bilhões devem ser usados para quitar dívidas e despesas. O montante previsto para investimentos na capital é de 1,27 bilhão (veja tabela abaixo).

Tabela de previsão de gastos para 2021 na Lei Orçamentária Anual do DF — Foto: Secretaria de Economia/Reprodução

Tabela de previsão de gastos para 2021 na Lei Orçamentária Anual do DF — Foto: Secretaria de Economia/Reprodução

Os valores não incluem recursos do Fundo Constitucional que, no ano que vem, devem ser de R$ 15,7 bilhões. O montante é é composto por recursos do governo federal que são enviados ao DF para o custeio de despesas em três áreas principais: segurança pública, saúde e educação.

Desse total, R$ 8,3 bilhões devem ser destinados à segurança pública. A maioria do valor será destinado ao pagamento de pessoal (R$ 6,7 bilhões) e ao custeio das forças (R$ 1,5 bilhão). Apenas R$ 98,5 milhões serão destinados a investimentos.

Para a saúde, serão destinados R$ 4 bilhões, todos para pagamento de pessoal e custeio. O total repassado à educação, de R$ 3,3 bilhões, deve ser gasto da mesma forma

Eleições

Rafael Prudente, presidente da CLDF, deve tentar reeleição este ano — Foto: TV Globo/Reprodução

Rafael Prudente, presidente da CLDF, deve tentar reeleição este ano — Foto: TV Globo/Reprodução

Outra questão urgente é a eleição da Mesa Diretora da CLDF, que vai comandar a Casa pelos próximos dois anos. A votação também deve ocorrer em 15 de dezembro e o atual presidente, Rafael Prudente (MDB), deve tentar a reeleição.

Esta é a primeira vez que um presidente da CLDF pode ser reeleito. Até o ano passado, a Mesa Diretora não podia se manter a mesma em dois mandatos consecutivos.

Porém, em novembro de 2019, os parlamentares aprovaram projeto que permite a renovação do mandato. À época, Prudente não votou, porque a pauta poderia beneficiá-lo.

Outras pautas

Os parlamentares também precisarão colocar em pauta projetos que preveem reajustes no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). No ano passado, não houve aumento nas alíquotas.

Em outubro, reportagem mostrou que várias leis aprovadas na CLDF são derrubadas na justiçaEm outubro, reportagem mostrou que várias leis aprovadas na CLDF são derrubadas na justiça

Além dos tributos, os parlamentares devem votar um projeto de lei que concede à iniciativa privada o serviço de gestão e apoio operacional de remoção e guarda de veículos abandonados, leilão e serviços de pesagem nas rodovias. Atualmente, o serviço é feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Ficarão para 2021

Há projetos, entretanto, que ficarão para o próximo ano. Entre eles, está a criação de um complexo habitacional no Setor Comercial Sul (SCS). O projeto, de autoria do Executivo, prevê a transformação de 30% do SCS, no centro da capital, em área residencial.

O texto determina que os apartamentos tenham, no máximo, 60 metros quadrados de área e que o público-alvo prioritário das moradias sejam “atores que contribuem para a vitalidade e manutenção das atividades e serviços característicos do local”.

Além disso, em 2021, os parlamentares devem apreciar as alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal.

Fonte: G1 DF. Por Walder Galvão, G1 DF