Alvo de operação da PF, mulher de Witzel é internada

Helena Witzel é considerada peça-chave na investigação sobre corrupção na Saúde; segundo o governo, ela foi examinada e liberada

A mulher do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), foi internada de emergência na manhã desta quinta-feira, 28. Alvo da operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão na última terça-feira, Helena Witzel teria tido um pico de pressão – em nota, o governo disse que ela sentiu um “mal-estar”.

Foto de arquivo de 01 de janeiro de 2019 do então governador eleito do Rio, Wilson Witzel (c), com sua esposa Helena

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo

Considerada uma personagem central na investigação do Ministério Público sobre o suposto esquema de corrupção na Saúde em meio à pandemia, Helena foi levada ao Hospital Central Aristarcho Pessoa, no Rio Comprido, zona norte. Witzel a acompanhou.

Segundo o Palácio Guanabara, a primeira-dama foi examinada, liberada e passa bem.

Na manhã de terça-feira, o Laranjeiras, residência oficial do mandatário, foi um dos endereços visitados pela Polícia Federal no âmbito da operação Placebo. A casa em que o casal morava antes de assumir o mandato e o escritório de advocacia de Helena também foram alvos de buscas e apreensões.

Contratos do escritório de Helena com uma empresa investigada na Lava Jato entraram na mira dos investigadores. A suspeita é de que ela não tenha prestado os serviços pelos quais foi paga – o valor é de R$ 540 mil.

O que diz a defesa de Helena Witzel sobre as acusações:

Sobre a ação de busca e apreensão realizada no escritório e em sua atual residência, a advogada Helena Witzel, responsável pelo escritório HW Assessoria Jurídica, esclarece que:

1 – A diligência nada encontrou que pudesse comprovar alegações de seus requerentes;

2 – A HW Assessoria Jurídica prestou serviços para a empresa apontada pelo MPF, tendo recebido honorários, emitido nota fiscal e declarado regularmente os valores na declaração de imposto de renda do escritório;

3 – A advogada Helena Witzel reitera seu respeito às instituições, mas lamenta que a operação tenha sido imbuída de indisfarçada motivação política, sendo sintomático, a esse respeito, que a ação foi antecipada na véspera por deputada federal aliada do presidente Jair Bolsonaro. Fonte: Terra.

MPF imputa indícios de participação ativa de Witzel  no comando das contratações de empresas investigadas

Segundo a Procuradoria-Geral da República, provas coletadas na investigação sobre desvios de recursos destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus no Rio apontam que foi criada uma estrutura hierárquica no Poder Executivo do Estado, escalonada a partir do governador Wilson Witzel, que propiciou contratações sobre as quais pesam fortes indícios de fraudes. A indicação consta da decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que desencadeou a Operação Placebo nesta terça, 26. No âmbito da ofensiva, agentes realizaram buscas em endereços ligados ao governo do Rio e apreenderam celulares e computadores do chefe do Executivo fluminense.

há prova robusta de fraudes nos processos

Na representação enviada ao STJ, a Procuradoria argumentou que há prova robusta de fraudes nos processos que levaram a contratação da organização social Iabas para gerir os hospitais de campanha no Rio, ‘tudo com anuência e comando da cúpula do Executivo’. Para tanto, foram apresentados orçamentos fraudados para serviços de montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d’água, geradores de energia e piso para a formação dos hospitais de campanha com o conhecimento do ex-secretario de Saúde Edmar Santos, diz o MPF.

Ainda segundo os procuradores, provas policiais dão conta que os demais orçamentos foram apresentados ao Estado para escamotear a fraude na licitação, ‘apresentando uma legalidade inexistente’.

Na avaliação da Procuradoria, ‘Witzel mantinha o comando das ações, auxiliado por sua esposa Helena, tendo seu secretário Edmar Santos delegado funções a Gabriell Neves criando-se estrutura hierárquica que deu suporte aos contratos supostamente fraudulentos, em cuja base figuram, no mínimo, os representantes da Corporate Eventas Brasil, da organização social IABAS e da empresa Clube de Produção’.

O Ministério Público Federal imputou a Witzel ‘indícios de participação ativa quanto ao conhecimento e comando das contratações realizadas com as empresas hora investigadas, esmo sem ter assinado diretamente os documentos, uma vez que sempre divulgou todas medidas em sua conta no Twitter

Segundo a Procuradoria-Geral da República, provas coletadas na investigação sobre desvios de recursos destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus no Rio apontam que foi criada uma estrutura hierárquica no Poder Executivo do Estado, escalonada a partir do governador Wilson Witzel, que propiciou contratações sobre as quais pesam fortes indícios de fraudes. A indicação consta da decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que desencadeou a Operação Placebo nesta terça, 26. No âmbito da ofensiva, agentes realizaram buscas em endereços ligados ao governo do Rio e apreenderam celulares e computadores do chefe do Executivo fluminense.

Na representação enviada ao STJ, a Procuradoria argumentou que há prova robusta de fraudes nos processos que levaram a contratação da organização social Iabas para gerir os hospitais de campanha no Rio, ‘tudo com anuência e comando da cúpula do Executivo’. Para tanto, foram apresentados orçamentos fraudados para serviços de montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d’água, geradores de energia e piso para a formação dos hospitais de campanha com o conhecimento do ex-secretario de Saúde Edmar Santos, diz o MPF.

Ainda segundo os procuradores, provas policiais dão conta que os demais orçamentos foram apresentados ao Estado para escamotear a fraude na licitação, ‘apresentando uma legalidade inexistente’.

Na avaliação da Procuradoria, ‘Witzel mantinha o comando das ações, auxiliado por sua esposa Helena, tendo seu secretário Edmar Santos delegado funções a Gabriell Neves criando-se estrutura hierárquica que deu suporte aos contratos supostamente fraudulentos, em cuja base figuram, no mínimo, os representantes da Corporate Eventas Brasil, da organização social IABAS e da empresa Clube de Produção’.

O Ministério Público Federal imputou a Witzel ‘indícios de participação ativa quanto ao conhecimento e comando das contratações realizadas com as empresas hora investigadas, esmo sem ter assinado diretamente os documentos, uma vez que sempre divulgou todas medidas em sua conta no Twitter’.

A representação foi elaborada com base na investigação conduzida pela PGR e ainda nas provas compartilhadas pelo Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal do Rio. A Procuradoria e a promotoria realizaram operações nas últimas semanas relacionadas ao desvio de recursos da Saúde do Estado. Uma delas, do MP Estadual, já havia prendido dois ex-subsecretários executivos da Saúde do governo Witzel por fraudes na compra de respiradores, que teriam sido superfaturados. Esse escândalo levou o governador a exonerar o ex-secretário de Saúde, Edmar Santos – que, porém, foi nomeado logo depois para comandar outra pasta, voltada para o acompanhamento de ações de combate à covid.

Entre as provas citada na decisão de Benedito está diálogo obtido na Operação Favorito – desdobramento da Lava Jato que prendeu no último dia 14, o empresário Mário Peixoto e o ex-deputado Paulo Mello – referente a ato de revogação da desqualificação da Organização Social Unir Saúde. “O zero 1 do palácio assinou aquela revogação da desclassificação da Unir”, afirmou o empresário Luiz Roberto Martins, aliado de Peixoto, em diálogo interceptado pela Lava Jato.

Segundo a PGR, a conversa é indicativo de possível ajuste ilícito entre Peixoto e Witzel, ‘vez que o governador deu provimento a recurso hierárquico apresentado pela OS e revogou portaria que desqualificava a entidade, sob o fundamento de conveniência e oportunidade, demonstrando forte probabilidade da existência de ajustes para desvio de dinheiro público’.

A Lava Jato do Rio já havia apontado no âmbito da Favorito indícios de participação ou influência de Mário Peixoto sobre a Organização Social IABAS, contratada pelo Estado do Rio de Janeiro implantação de hospitais de campanha para tratamento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus.

Os investigadores da Favorito interceptaram mensagens do empresário Alessandro Duarte, apontado como principal operador de Peixoto, e de Juan Neves, apontado como contador do grupo criminoso, referentes ao dia seguinte à contratação do hospital. Os emails contém planilhas com números detalhados dos custos dos hospitais de campanha implantados pelo IABAS, arquivos detalhando o cronograma físico de implantação dos hospitais de campanha e documentos com custos detalhados de aquisição de equipamentos médicos e de serviços de infraestrutura.

PALAVRAS do GOVERNADOR WILSON WITZEL

“Quero manifestar minha absoluta indignação com o ato de violência que, hoje, o estado democrático de direito sofreu. Uma busca e apreensão, e eu tenho todo o respeito ao ministro Benedito (Gonçalves), mas a narrativa que foi construída e levada ao ministro é absolutamente fantasiosa. Não vão conseguir colocar em mim o rótulo da corrupção. Todas as irregularidades foram investigadas e estão sendo investigadas por determinação minha. A busca e apreensão, além de ser desnecessária – porque o ministro foi induzido ao erro, fantasiosa a construção que se fez – não resultou em absolutamente em nada. Não foram encontrados valores, não foram encontradas joias. Se encontrou, foi apenas a tristeza de um homem, de uma mulher, pela violência com que este ato de perseguição política está se iniciando no nosso país.